sexta-feira, maio 28

cãibra

talvez por falta de flore e cor,
uniformes cinzas jogados
com bigode e chapéu no corpo,
davam cãibra pontiaguda
em seus heróis escondidos

naquela panela airada
de versos,
que voava fora de curso,
magneticamente perdidos,
talvez sorrindo,
eles voaram

martelos de pedra
construuíram uma construção flácida

calando no corpo do copo
os corpos do cálice comandado.

sem nome

agora chegou a hora
e me dá de prato cheio, o que comer.
meio azedo vou mastigando
com força
inuminando-os

será que será
como desejo e sonho ser?
me inibo de vocês aqui, malditos.
no corredor ou livro
livro de mim a ignorância
do monte
ou pelo menos tento

sento aqui,
esperando chover em mim.

mas, cuidado, jovem poeta.
não se mate em seus sonhos,
vivendo seus pesadelos.

devaneio vital nº 1

tento escorregar
mas vejo longe
chegar motivo
para eu subir mais

e lá em cima
cuspo para baixo
tudo o que não sinto
e levo tiro no peito

enquanto caio
vão passando por mim
todos os pescados da vida

e cada um me sorri
ironicamente o véu
me contanto alegremente que morri.