terça-feira, julho 6

relva

espanto a lucidez
que acaba de pousar em minh'alma.

dou-lhe um tapa
e esta responde na consternação da vida.

talvez seja natural,
meus sonhos que saem como brisa,
num voo que podia não ter volta.

mundo mais bonito

cuido da terra,
ao ponto de deixá-la
leve, e afinada o suficiente
para receber o seu jardim azul.

carinhosamente me apego,
recito versos por entre a relva
e trato com água minha futura mãe sepulcral.

quando vejo ecoar o sol,
que bate nas verdes folhas e brilha,
sei que a garoa nos encontrará,
serena fina paz.

ouço passos subterrâneos,
dentro de mim,
quebrando minhas peles,
quebrando o brando ser.
querendo mais de meus sentidos.