eu sou o preto e o branco da memória,
as dádivas dos teus pensares que vagam por outros ares;
te atento os olhos
para meus dizeres
e te furto dos sonhos nos quais se perde.
sou tua razão,
e teu ser.
o cheiro que você esquece em mil becos,
becos bêbados, sujos e verdes.
a roupa que deixa em palcos maltratado,
por teu duro drama de viver,
pelo seu pisar de pedra.
sou teu medo,
e teu corpo.
as vontades sem controle
que te estremecem os olhos
e fazem lágrimas em suas infinitas faces.