sou um atirador
com o olho na mira
que faz o olhar
queimar a roupa do alvo
esvaziando o tambor
acerto minha própria sombra
minha própria boca
e já não me importa
sou um atirador
e assim sou
pois não há lugar
e nem tempo
para ser alvo
acerto em cheio
o meio do espelho
dividindo meu próprio
feixe de luz
é a reordem
da desordem
me organizando
para poder desorganizar
com propriedade
minha própria e única
realidade