vou deixar
o sonho navegar por onde for.
plantar e colher seus condimentos,
crescer às suas próprias custas.
rir sozinho do seu próprio veneno.
rir sozinho de sua própria lua.
vou deixar,
o sonho.
vou acordar,
no outono,
floriando o vento e meus membros,
em meu eu,
em meus olhos.
e, vou, depois do cair das flores,
dormir novamente,
e ganhar minhas sementes.
terça-feira, agosto 3
medievalesco
ouvi os cavalos da rua,
que entraram compassados com a música,
em meu quarto.
vieram com mensagens molhadas de sangue,
mensagens de morte,
de despedida
- Adeus, ó, Cavaleiro.
vá-te com pena no lombo.
mas saiba que teus mortos,
te caçam.
que entraram compassados com a música,
em meu quarto.
vieram com mensagens molhadas de sangue,
mensagens de morte,
de despedida
- Adeus, ó, Cavaleiro.
vá-te com pena no lombo.
mas saiba que teus mortos,
te caçam.
cabelos curtos
vermelho de sol soturno,
que anda e vaga por pensamentos...
sinto-te aqui por completo,
vejo-te como rima de poema!
- sim, você cabe como tal.
uma rima riquissima,
um fino prato,
um forte perfume de calor.
sinto, pois,
seu êxtase termal
onde minha boca seca
e meus pés adormecem.
quando me sinto como pena,
quando me sinto digno.
desenho em seu apse,
meus versos sinceros,
que desde o princípio
te acompanharam por entre corredores transviados.
quando escuto o voar do beijo,
me choro as entranhas
e os internos pesares.
e eu ouviria qualquer coisa,
de seus lindos lábios,
ouviria a morte,
ouviria a vontade e a tristeza.
ouviria a saudade.
que anda e vaga por pensamentos...
sinto-te aqui por completo,
vejo-te como rima de poema!
- sim, você cabe como tal.
uma rima riquissima,
um fino prato,
um forte perfume de calor.
sinto, pois,
seu êxtase termal
onde minha boca seca
e meus pés adormecem.
quando me sinto como pena,
quando me sinto digno.
desenho em seu apse,
meus versos sinceros,
que desde o princípio
te acompanharam por entre corredores transviados.
quando escuto o voar do beijo,
me choro as entranhas
e os internos pesares.
e eu ouviria qualquer coisa,
de seus lindos lábios,
ouviria a morte,
ouviria a vontade e a tristeza.
ouviria a saudade.
auto retrato completo
me vejo como sombra,
numa nuvem de fossas rurais,
onde trai meus queridos
e acidentei meus sentimentos
uma fogueira loira,
flamejante fênix,
onde guardei meus bens
e acabei por ter de esquecer,
acabei por expôr a carne viva à chama
culpado dos horrores,
dos sorrisos,
dos amores, das canções,
culpado por apagar o claro da soturnidade.
me sinto como a lenha
que é base da tortura quente,
minimizando, reduzindo os sonhos à cinzas cheiros.
me ouço gritar socorro
pelas ventas,
me sinto vento forte,
me toco com vergonha
e decepção
faço tudo isso,
pois sou filho da maldita carne,
vazio e mal rebocado.
pois ando ao lado dos demônios,
atrás da visão de paixão que tenho de minhas melhores.
numa nuvem de fossas rurais,
onde trai meus queridos
e acidentei meus sentimentos
uma fogueira loira,
flamejante fênix,
onde guardei meus bens
e acabei por ter de esquecer,
acabei por expôr a carne viva à chama
culpado dos horrores,
dos sorrisos,
dos amores, das canções,
culpado por apagar o claro da soturnidade.
me sinto como a lenha
que é base da tortura quente,
minimizando, reduzindo os sonhos à cinzas cheiros.
me ouço gritar socorro
pelas ventas,
me sinto vento forte,
me toco com vergonha
e decepção
faço tudo isso,
pois sou filho da maldita carne,
vazio e mal rebocado.
pois ando ao lado dos demônios,
atrás da visão de paixão que tenho de minhas melhores.
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