não queria só meia xícara, não
por favor.
quero o garrafa toda
sentada em minha mesa
me olhando,
e contando sobre como foi o dia
encenando essa distância
no sarro da risada
observando e provando
o que observo nas palavras
que são colocadas ali na tela
ou num envelope branco
não quero só meia.
quero o dobro,
transbordar de versos
colhendo o que chama
de incrível
e colocar numa bandeija antiga
e colocar na sua campainha
depois de sentar e olhar
queria esvaziar a garrafa toda
te-la para mim, ó, café do meu sol primeiro
estupefada de tantos versos
vivo cada uma de minhas vidas presentes
como o filtro.
esperando a água passar pelo meu pano grosso.
não queria só meia xícara, não.
quero seu samba
no meu tapete,
seu sorriso no meu colo.
e falo mesmo, e falo denovo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário