abro meu criado,
cheio de sentidos.
e apanho os mais confortáveis
à minha conjuntura.
visto uma calça
de saudade, bordada calmamente.
inteira chorada, cozida pelo tempo.
coloco um cinto,
para segurar essa saudade imaginada,
que não sabemos como existe.
e sinto prender-me o ventre
de cores.
abotôo as linhas da camisa,
azul, criada de estrofes livres
a ti dedicados.
a gola dobra-se num diminuto
verso recheado.
enfim,
calço meus óculos,
grossos.
transparecendo meus todos todos outros sentidos.
verdadeiros e em sanidade.
tento, agora,
te vestir.
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