saliente medo,
que afronta meus lençóis,
vá-te pra fora,
pro frio e lua.
deixe-me apaziguar meu tempo,
serenar minha sobriedade.
peço-te que vá.
corra no mar,
que mora em ti,
nos teus olhos fundos e altos.
que vagam pelas minhas costas e vida.
peço-te que vá.
vá para sertões mais distantes,
mais remotos de pensamentos e sorrisos.
peço-te que vá.
peça de um jogo
perdido por mim,
és tu.
és tu, medo oblíquo.
remete à tudo e todos à minha volta.
peço-te que vá.
peço-te que me deixe livre,
leve,
peço espaço para ver,
cor para sorrir,
e sabor para sentir,
peço-te, humilde, meu ser.
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