olho que sente o toque
que apronta os impulsos do aconchego
é mesmo olho que lê o lábio
mesmo que fechado.
são alguns centímetros eternos,
e rapidamente arrepiantes, calorosos.
é só um nada entre dois sorrisos
mas quando se ouve a dança sincera
esse nada se vira num espetáculo.
são alguns segundos intermináveis
que no escuro de nossos olhos fechados
desenham leve o setimento,
transformam o não-palpável
em forma concreta, colorida.
transforma o amor em saliva e nó.
transforma o pensamento num só.
ali e naquela hora.
pode durar somente ínfimos minutos,
mas o infinito rouba a cena
e o beijo se enche dele.
o beijo,
o gosto e a pele.
terça-feira, dezembro 28
domingo, dezembro 26
me dói a espera
pura vaidade do pensamento
- ser a união forte de duas almas.
vaidade ruim.
descolorida de mal cheirosa,
que cada vez mais é alimentada pela raiva de outros,
maltratando dois sorrisos.
por ora é o que se passa
- e esse asco só se aumenta, dia a dia.
e cada vez mais o chorume do meu amor aumenta.
e faz a saúde esvair-se rapidamente.
ela pula dos olhos,
dos coros e choros.
e um rio lagrimal me afoga.
machuca meu querido futuro,
meu pesado querido futuro.
entendo essa distância,
essa aversão aos passos,
essa distância da dança que me levanta,
porém a compreensão não é minha vizinha
e não está presente nalguns olhares flamejantes.
ao meu ver, o tempo não fez seu papel.
digo o tempo de antes, o tempo dentro da minha cabeça,
o tempo de antes do retorno.
ao meu ver:
o tempo se ampara sendo assassino.
- de amores e mudanças.
- ser a união forte de duas almas.
vaidade ruim.
descolorida de mal cheirosa,
que cada vez mais é alimentada pela raiva de outros,
maltratando dois sorrisos.
por ora é o que se passa
- e esse asco só se aumenta, dia a dia.
e cada vez mais o chorume do meu amor aumenta.
e faz a saúde esvair-se rapidamente.
ela pula dos olhos,
dos coros e choros.
e um rio lagrimal me afoga.
machuca meu querido futuro,
meu pesado querido futuro.
entendo essa distância,
essa aversão aos passos,
essa distância da dança que me levanta,
porém a compreensão não é minha vizinha
e não está presente nalguns olhares flamejantes.
ao meu ver, o tempo não fez seu papel.
digo o tempo de antes, o tempo dentro da minha cabeça,
o tempo de antes do retorno.
ao meu ver:
o tempo se ampara sendo assassino.
- de amores e mudanças.
sexta-feira, dezembro 24
definição
é definição:
a palavra aguda
que muda o sorriso.
o pedido,
cercado da chuva,
se fez grande.
e em sua grandeza,
se fez realeza
o sabor do beijo.
e levado à diante
o atenuante amor
se fez feliz.
a palavra aguda
que muda o sorriso.
o pedido,
cercado da chuva,
se fez grande.
e em sua grandeza,
se fez realeza
o sabor do beijo.
e levado à diante
o atenuante amor
se fez feliz.
sábado, dezembro 18
(des)levedura
a desfermentada carne vossa
é o verbo saturado do material;
calhado do suor concreto.
confundindo as frases
num estranhado suingue;
é o grosso da idéia.
maltratado.
escroto.
é como se deixasse
ir ao longe seu maior bem,
sua maior arte composta;
é um acorde pisado,
pisoteado,
amargamente abandonado.
é deixar de lado sua fonte
não é o mais confortável pra cunjuntura atual.
não é bem.
e este vai se perdendo,
junto das formas significantes
junto do significado.
é o verbo saturado do material;
calhado do suor concreto.
confundindo as frases
num estranhado suingue;
é o grosso da idéia.
maltratado.
escroto.
é como se deixasse
ir ao longe seu maior bem,
sua maior arte composta;
é um acorde pisado,
pisoteado,
amargamente abandonado.
é deixar de lado sua fonte
não é o mais confortável pra cunjuntura atual.
não é bem.
e este vai se perdendo,
junto das formas significantes
junto do significado.
quinta-feira, dezembro 16
terça-feira, dezembro 14
ele quem sabe
Quero amor cru.
Repleto dos palcos queridos,
Amado em sentido corrido.
Nu.
Sei que há dores
E desgostosos sabores,
Mas a luz é maior,
E o brilho sabe mais.
Sabe mais da chuva,
Do dia querido,
Da palavra dita.
Sabe mais da tarde,
Da flor,
Da cor, próprio amor.
Carece a ele o sabor.
Sabe mais do sorriso,
Do apego sabe mais.
Sabe mais do beijo,
E nele se refaz.
Repleto dos palcos queridos,
Amado em sentido corrido.
Nu.
Sei que há dores
E desgostosos sabores,
Mas a luz é maior,
E o brilho sabe mais.
Sabe mais da chuva,
Do dia querido,
Da palavra dita.
Sabe mais da tarde,
Da flor,
Da cor, próprio amor.
Carece a ele o sabor.
Sabe mais do sorriso,
Do apego sabe mais.
Sabe mais do beijo,
E nele se refaz.
poema moribundo
Descansada da estúpida monotonia que nos veste
A morte vem e nos rouba da naturalidade do livre.
Amamenta a verrucal teimosia e num piscar a leva.
Apaga da vista jovial uma corada luminância - e dói.
É da morte o esdruxulo da traição, a descortesia da solidão.
É assim que se é, quando ser tomado por ela é mais forte que a decência
Quando seus braços são desgrudados de um corpo amado
E um abraço vaza e escorre junto das lágrimas.
É incitar a dor. Cutucar uma longínqua saudade instantânea.
Como se fizesse anos.
É longe. Distante, ao ponto de não saciarmos a tristeza
E de não entendermos a realeza de nossos saudosos.
A morte vem e nos rouba da naturalidade do livre.
Amamenta a verrucal teimosia e num piscar a leva.
Apaga da vista jovial uma corada luminância - e dói.
É da morte o esdruxulo da traição, a descortesia da solidão.
É assim que se é, quando ser tomado por ela é mais forte que a decência
Quando seus braços são desgrudados de um corpo amado
E um abraço vaza e escorre junto das lágrimas.
É incitar a dor. Cutucar uma longínqua saudade instantânea.
Como se fizesse anos.
É longe. Distante, ao ponto de não saciarmos a tristeza
E de não entendermos a realeza de nossos saudosos.
segunda-feira, dezembro 13
o palco lá e eu cá
Se sambar não sei
Amenizo minhas vontades apenas no olhar,
Na contemplação de um rodar de braços e cabelo.
E me satisfaço com o calor que me esquenta
E sento, pra me descançar as emoções,
Na penumbra dum botequim.
Foi sempre desse feitio,
Eu cá, a olhar
Os pés e olhos de outros,
Amando, e sentindo o derradeiro fim.
Um retrato móvel,
Aliado dos meus sonhos,
Nos quais amo,
Desejo e me sinto assim.
Amenizo minhas vontades apenas no olhar,
Na contemplação de um rodar de braços e cabelo.
E me satisfaço com o calor que me esquenta
E sento, pra me descançar as emoções,
Na penumbra dum botequim.
Foi sempre desse feitio,
Eu cá, a olhar
Os pés e olhos de outros,
Amando, e sentindo o derradeiro fim.
Um retrato móvel,
Aliado dos meus sonhos,
Nos quais amo,
Desejo e me sinto assim.
não questione
Salvo minha pele em uma só nota
E num só relance sonoro.
Arma maravilhada e maltrapilha,
Assassina dos pobres perdidos na podridão
Da ignorância.
Um passo recalculado,
Repesado que
Num piscar de sentimentos
Se torna frágil paixão.
E num só relance sonoro.
Arma maravilhada e maltrapilha,
Assassina dos pobres perdidos na podridão
Da ignorância.
Um passo recalculado,
Repesado que
Num piscar de sentimentos
Se torna frágil paixão.
sexta-feira, dezembro 10
tem peões na minha janela
Junto do sol veio a obra ao lado leito.
Fechando com suas trombetas de concreto meus sonhos,
Maltratando os sorrisos e sono dos bêbados na rua.
Maliciando o jantar de janela aberta.
Coloco no futuro.
Digo, essa cortina.
Tampando mil outros olhos
Mas abrindo outros mais.
Colocando na minha mira a vida nova.
A despedida e a conformação
São necessárias.
Estarei aqui, mas não tão perto.
Fechando com suas trombetas de concreto meus sonhos,
Maltratando os sorrisos e sono dos bêbados na rua.
Maliciando o jantar de janela aberta.
Coloco no futuro.
Digo, essa cortina.
Tampando mil outros olhos
Mas abrindo outros mais.
Colocando na minha mira a vida nova.
A despedida e a conformação
São necessárias.
Estarei aqui, mas não tão perto.
de lã
Há essa sutil diferença
Entre sentir os cochichos
Dos pingos da chuva em sua janela
e
Somente se molhar.
E na sua sutileza,
Faz da água algo intenso, recheado.
A preenche com alma.
Alma de água,
Suave, mas no mesmo instante,
Alma de poeta sem palavras.
É uma salva de palmas.
Entre sentir os cochichos
Dos pingos da chuva em sua janela
e
Somente se molhar.
E na sua sutileza,
Faz da água algo intenso, recheado.
A preenche com alma.
Alma de água,
Suave, mas no mesmo instante,
Alma de poeta sem palavras.
É uma salva de palmas.
quinta-feira, dezembro 9
agora, eu vou.
Olhe o samba
Que passa e repassa a cor o povo
Passa dentre as peles
E por entre os olhos.
Tingindo tudo que é livre,
Pois assim, ele é.
É vento,
E nele tento me enganchar,
Para ir à outros carnavais,
À outros pessoais,
Para não mais me acorrentar no marasmo.
Me leve certo,
Me leve veloz,
Para que nem do caminho eu me lembre.
Olho o samba,
Que treme as peles dos ouvidos e dos corações.
O admiro,
E miro minhas vontades em suas ações.
Que passa e repassa a cor o povo
Passa dentre as peles
E por entre os olhos.
Tingindo tudo que é livre,
Pois assim, ele é.
É vento,
E nele tento me enganchar,
Para ir à outros carnavais,
À outros pessoais,
Para não mais me acorrentar no marasmo.
Me leve certo,
Me leve veloz,
Para que nem do caminho eu me lembre.
Olho o samba,
Que treme as peles dos ouvidos e dos corações.
O admiro,
E miro minhas vontades em suas ações.
logo
Há uma rosa,
E um verso.
Flutuantes nesse presente,
E que deveriam pousar
Em nossos sonhos futuros.
E pousam,
Como buquê
E poema.
E um verso.
Flutuantes nesse presente,
E que deveriam pousar
Em nossos sonhos futuros.
E pousam,
Como buquê
E poema.
no alto da serra
Dou-me dor,
sacrilégio.
Talvez nada mais seja
Capaz de , com vigor,
Saciar algumas de minhas malícias.
Não há mais cuidado.
Nem espaço há mais.
Só o apertado,
Que por trás
Anula e derruba
O pilar do meu sorriso.
Soa como se não soasse,
Como um um som sujo e longe
Que não esperaríamos dar nossa atenção.
Soa como neblina:
É isso. Meio cinza, meio quieto.
sacrilégio.
Talvez nada mais seja
Capaz de , com vigor,
Saciar algumas de minhas malícias.
Não há mais cuidado.
Nem espaço há mais.
Só o apertado,
Que por trás
Anula e derruba
O pilar do meu sorriso.
Soa como se não soasse,
Como um um som sujo e longe
Que não esperaríamos dar nossa atenção.
Soa como neblina:
É isso. Meio cinza, meio quieto.
domingo, dezembro 5
vestido azul
vi o vestido,
com flor e tudo, dançar mais perto.
rodando e rodando cheio do sorriso.
num som confortável, e carinhoso
que se fechou num anel de apertos.
olho com olho,
estendido no breu
e tremendo mais que as notas,
que faziam o ato mais sincero.
ontem, nos embriagando
nas gargalhadas da quase paixão de outrora.
com flor e tudo, dançar mais perto.
rodando e rodando cheio do sorriso.
num som confortável, e carinhoso
que se fechou num anel de apertos.
olho com olho,
estendido no breu
e tremendo mais que as notas,
que faziam o ato mais sincero.
ontem, nos embriagando
nas gargalhadas da quase paixão de outrora.
quinta-feira, dezembro 2
nó
não se estranhe
se teu pliê soar mais pesado.
- é meu desejo grudado em teus pés,
é meu calor amarrado ao seu.
deixo minha bolca a sós com você.
e a partir de agora ela é tua,
faz parte da tua valsa e do teu samba.
te dou, sutilmente, minha posse,
ó, doce do vestido florido.
e rode-o feliz,
que sinto o movimento
e largo o beijo no vento que te refresca.
se teu pliê soar mais pesado.
- é meu desejo grudado em teus pés,
é meu calor amarrado ao seu.
deixo minha bolca a sós com você.
e a partir de agora ela é tua,
faz parte da tua valsa e do teu samba.
te dou, sutilmente, minha posse,
ó, doce do vestido florido.
e rode-o feliz,
que sinto o movimento
e largo o beijo no vento que te refresca.
Assinar:
Postagens (Atom)