sábado, outubro 10

Fogo Colorido

o cigarro cantou na minha boca,
cantou o que ele queria

queimou todos meus planos
queimou tudo que queria

cantava sobre os livros,
e sobre os rocks, cantava.

meu isqueiro não tinha mais um cheiro de fogo.
foi esquecido como meus planos.
e como estes foi trocado por outro.

só o desgraçado do cigarro continuava o mesmo.
queimando e bebendo minha vida.

ele me colocava em sua boca e ateava fogo.
mas não um foguinho qualquer,
um fogo enorme
com todas as cores que tinha direito.

as cores da minha vida,
que iam virando nuvens de fumaça,
pouco a pouco.