sexta-feira, janeiro 14

relato dos futuros sonhos

eu quero a sorte
do desentedimento necessário,
da falsa harmonia de desafinados verbos.

ser livre do livro
e ser meu.
ser ar de letras.

vento que traga
a dor e a monotonia;
o riso e o amor.

quero essa fonte escondida
em meus sonhos.

quero versos soltos e amados;
fluidos num tema,
como sopro de jazz,
como beijo sagaz.

garoa de outono

folhas a voar diante de meus olhos.
folhas perdidas em ventos sujos:
ventos de fumaças.

trazem o escuro,
apagando a paz e a calma
apagando as estrelas.

preciso ir,
sem voltar cedo com a alvorada.

adeus sol
adeus céu
estrela nunca mais.
nunca mais poema.