quarta-feira, agosto 25

saber é pura luz

saberá a vida, negar o que passa?

amamentar falsos falecidos anagramas
seria mera opção de devaneios tolos.
pura rouquidão do intelecto balbucioso.

saberá a vida, negar o que passa?

apedrejar o ar não leva a lugar nenhum
se teus punhos se cerram junto da dor,
calhando o saber da divina podridão.

saberá a vida, negar o que passa?

são palhaços

quero de novo seus dois pedaços de noite
fitando vagamente meu tímido andar.
quero o cheiro, as curvas, o riso.

quero matar a vontade
de ser menos oblíquo.

preciso de discos novos

não me esqueci do velho samba,
que outrora me invadia a cara,
e como vento bagunçava meu cabelo.

não desejei mal nenhum,
e nenhum mal tentei cometer,
contudo, e mais um pouco, o disco arranhou,
e agora não há como eu consertar.