quinta-feira, julho 1

terreno dos sonhos

negocie loucuras,
e veja ao certo quem te vê.

compilações do barão itabirano,
ou do negro carioca,
que ficam sentados em meu mudo criado,
que me traz águas e frases, cinzeiro, balas,
óculos, lápis, caderno e  linhas.

vejo essas negociadas loucuras,
bailando por entre seus olhos,
pelo seu avesso,
e quando venho para esse mundo,
quando venho pra cá,
morro no palco
bem mais velho do que eu.

um esforço futuro,
grato,
apoiando em meu ombro,
esperando a hora de trocar a máscara.

o que vejo nos olhos do palco,
não vi não vejo e não sei
quando encontrarei
paisagem que me eleve tanto,
à outros céus.

comidos por uma distância,
maior do que a minha para com
imortais letreiros nostalgicos.

me afeta,
olfato,
tato,
visão.

e esta é o que me resta.
mas de olhos no escuro,
o vídeo dos sonhos,
imaginado.
sem saber ao certo se a forma
é a mesma.
se cabelos ornam com o vestido.

imagino mais e mais.
mais intenso mais tenso.
fico tenso mais e mais.
ilumino minhas loucuras
com overdose de orquestra utópica,

que é voz e o azul no pano.