domingo, julho 24

nunca é nunca

pelo fato de valer à pena
toda minha pele está entregue
e não há um arranhão,
não me cortei em cerca alguma
- não deixei desgastarem minhas unhas.

pois com elas
é mais malicioso apertar
a nuca
dizendo ao pé do ouvido
que nunca é nunca.

fator amor

é como se de cima
desse pra ver o céu em terra!
- o telhado harmônico da paixão
empilhadeiras de emoção.

e que céu é mais azul
que seu próprio?
mais lacrimejante
que seus próprios olhos
em momento
nos quais se aperta o veludo
da cadeira com a ponta dos dedos
de ver um acorde emocionado que flui?

maravilhas em se notar
a pifiedade de um olhar e
a maravilha de um aperto
de emoções!
- me diz que céu é assim?

quero saber!
e não me invente
novas curtas verdades,
compostas em mesa balcão de prosa!!!

estou dito!
estupefato!
e esse desbunde
de arquitetura versática
que tento poetizar
não é muito.
- mas em sua pequinez
faz o universo ser quase que nulo!
faz a pálpebras tremularem de aflição
junto de um coração sincero
que navega entre nuvens (in)descobertas!

e faz parte de meu repertório
de saberes
o fator amor.