segunda-feira, abril 11

o cansaço de andar cabisbaixo

me esqueço de ficar acordado
vagando por entre esses fracos dias.

e ando doente,
atado à dor
que fecha meus olhos e me impede de olhar e ver

que me sacode os nervos
e faz folia em minha vida...
aproveita de meus passos
para se levar e se deixar ir.

me esqueço de acordar
quando passo por entre esses dias claros.

e eu não sei o real,
não sei quando fui
ou onde fui.

e onde vou, por entre esses soturnos dias,
me faz mais meu.

abro a porta docemente

abro a porta
ando à porta
e na porta que vejo
vejo o que estava procurando.

e através da porta alcanço.
alcanço a porta afim de conseguir o agora
e os sentimentos estão justamente onde deveriam estar.

ando à cama.

esteja onde está,
e não mova por nada,
que vou dormir
sob o seu olhar.

sob teu esconderijo
sob teu nariz de espuma.

e dormirei, calmo.
e nada virá para meu caminho.

dando meus punhos

o tempo volta onde ele não pertence
e sua invalidez se torna real.

tudo se volta para o que realmente é real
quando as cores iluminam três ou quatro infantes.

a cor é real,
a som é real.

e onde há uma linha que eu não fico logo atrás.

amargo.

o desapego me veio hoje
tentou e tentou falar, mas nada saiu.

e me sorriu o sarcasmo.

o peguei, embalei
e dei de presente pra minha solidão.
pobre solidão.
pobre sólida amargura singular.