sábado, abril 9

o único planeta que me resta

continuo sendo o que me há de melhor
a cada segundo, nesse frágil planeta.
e a cada uma dessas frações faço meus encontros
com todos seus mistérios,
com todos os mendigos parentêses.

me jogo no mundo,
e nas nossas leis faço meu presente.

seria melhor se fosse nas minhas leis,
minhas próprias bagagens de saber e gostar.

o céu não é azul

a cor do acorde forte,
digo, o vermelho
se faz do sangue
e o céu é vermelho
e o é, também, a dor,
a paixão,
a vida e a solidão que foi parida no peito.

é o sonho do fraco monocromático,
pois essa lhe dá força e a destreza para voar longe,
e ao mesmo tempo é o tom do inferno.