domingo, junho 20

deite ao chão de estrelas

nessa boca de estrelas
vivo, viveremos para sempre.
embotados de adjetivos medievais
e pseudônimos.

sabemo-nos o suficiente
à eclodir sãs vaidades cabiveis.

sei-nos o suficiente
à me deixar ser,
a nos ver-nos sorrindo.

lagrimo mais um copo
e cozinho fora meus alheios.

complico-me ébrio
no poente solar e
jogo fora meus duos antigos.

sinto sua mão
me pegando
e sabendo meus pensamentos,
como se tivesse cerebelo,
na ponta dos polegares,
coçando minha instiga
e colhendo meus desejos.

leva-os contigo,
trate-os como me trata.
e cuide bem de seu céu,
com manchas brancas
e verdes azuis.

amarra-te o velho pano azul
e lembra-me de ser seu.