terça-feira, abril 24

poema de perdão

como será que faz
pra não ter medo do que foi feito
como que faz isso
se já está concreto na memória
aqui, ai e lá

como posso imaginar o pior
será que devo imaginar a calma?

justo na hora
que a irmandade é descoberta
na hora que o calor da alma ferve
as gargalhadas.

como faz pra pedir perdão
por algo que, mesmo que natural e belo,
machucou a sutil gentileza de olhar nos olhos?

questiono o vento
por que é torturante, agora,
fazer uma ferida, do tamanho que seja,
no peito de alguém grandioso
calmamente gracioso!

segunda-feira, abril 23

poema novo

é chegada a hora na qual não cabe mais orgulho
dentro da cabeça folgada que ouve e ouve e ouve mas não fala nada.

e a partir de agora não seremos mais esquecidos
não seremos esquecidos pois transpiraremos a vitória
vão escorrer, as mudanças.

vai sair do sonho do poeta a poesia e
essa vai ser o agito da vida; o grito do nosso desespero.
vai chegar na margem da loucura, no equilibrio da sanidade.

não devemos, de agora até o infinito da vida
nos negar junto da podre preguiça que cega o amor
que existe por nossa própria intelecta carne poética.
é a hora de chegar os verdadeiros sorrisos,
nada da pegajosa imaturidade.

os passos serão mais precisos, compassados,
por vezes desalinhados, mas não mais desprezados!
cada um deles explorado como as palavras escolhidas pra poesia.

só seremos amor!
nós.
eu, meu coração e minha mente
ajustados, cada uma afinado em seu tom melhor
absorvendo precisamente tudo que há por vir.

segunda-feira, abril 16

vazio

do que adianta
a minha feliz idade
o mundo descoberto
por debaixo dos ignorantes?

do que me adianta
saber de tudo,
saber da hroa exata
do pensamento afinado?
do que me adianta as cores
formas e fatos?

me exploro fundo
denso no mundo
pesado na vida dos outros.

do que me importa, agora,
o conhecimento infinito
a curiosidade explicita
a gigante cidade?

pra que vale meu corpo?
meu eu torto?