segunda-feira, agosto 9

[AUSENTE, ATÉ FLUIR NOVAMENTE]
(deve durar só um ou três dias de transtorno)

me dê um título

um ou dois mais versos,
parcos por natureza,
me calçaram hoje.

enfiaram meu corpo
em teus membros,
me apertaram em seus ventres.

me viro em carga pesada para suas letras,
me transformo em pequenos traços,
e curvas negras.
me transformo em sua própria forma,
em seus componentes literários.

fatiam meu corpo,
e viro estrofes de meu próprio poema.
e não sou um de amor.

canção para ver

versos rápidos,
belezas de paixão
que anoitecem a folha,
tomam conta do viver matutino.

maravilhas próprias
de viver, que somente
enaltecem a alma e envelhesse a cor.

caminhos a serem
pisados e desenhados,
montanhas de letras
e águas leves de amontoados de palavras
me chegam à cabeça, por hora
e enchem a cama de saber.

sexta noite

é como um teste,
que me abandona no princípio do clímax
e se junta após o gozo.
me confabula e estremece as idéias.
me faz bem.

e
de
repente
cai o chão,
junto de folhas e roupas.
como quase morte, apaga.
é intenso o frio
altamente vermelho.

reconstruo o piso e as árvores.

haikai do brilho

meus olhos brilham,
são verdades que me chegam.
espero que assim seja continuado.

pedra branca

estou, talvez
com as mãos geladas,
duras de pensar.

vejo que é.

é, pois, me sinto pedra.

é, pois, vejo.

é o que vejo,
que me gela o ser.
há, o que realemente se destina?
o que nos dá de amar
e nos ama quando sabemos dar?

há quem diga
as verdejantes verdades e não é glorificado
e

grosas de sujos burros,
abonados de sorrisos e paixão.

há uma guerra

há uma guerra
em mim.
uma batalha de sentidos,
de todos meus barões internos.

há uma guerra,
enfim.
em todos os cantos
há janelas se fechando,
há pedras e cabeças voando.

há uma guerra,
sem fim.
e ajusto neus olhos
para ver certo meus inimigos,
sinto medo de perder.
sinto medo em mim.

segue uma anotação que consta em meu moleskine nº 4

Acho que concretizar meus pensamentos
em textos e escritos, está ficando um tanto quanto
complicado.
Fica, cada vez mais, difícil arrancar de mim as idéias.
estou um pouco [ou muito] repetitivo. Massante.