domingo, dezembro 13

capitalismo

eu queria escrever um livro
desses com a capa bem dura, azul, sofrida.
eu queria que ele já fosse lançado com aquele cheiro de velho,
páginas amarelas, coçeira no nariz, espirro.

queria que todos engulissem meus escritos e sentissem o que eu sinto.
aquela coisa estranha.
'Puta merda!! Isso aconteceu de verdade?!'
bobisse pura, mas pra mim faz sentido

na capa teria só o nome: nome do livro aqui.

depois agradecimentos a todos esses guimarães e pessoas, e andrades.
teria, também, algum artigo sobre a 2ª Guerra Mundial, e alguma espécie de carta para Eisenhohwer e Füher.

Não falaria de sertão, ou de como era Jesus Cristo e seu pai-pomba idota.

na verdade não sei do que ele falaria,
só queria um livro,
desses com a capa bem dura, azul.

a contra-capa seria vermelha

sábado, novembro 28

parece que minha criatividade acabou.
à procura de fontes disponíveis.

skromni

my babe shot me down
she came at my door
and she says
'im not your kind'

i don't like these kind of things
it make me like shit
the whole world shit
the shit of the kings

Manipulting the culture,
manipulating my wishes

They jugde themselves kings.
i don't think them like this.

To me they are nothing but their pretty faces
and humps.

I don't like the money that belongs to them.
neither the cars that belongs to them
I'am humble

preto verde

Roda, roda, roda.
o disco ficou rodando parado na vitrola.
é meu sonho realizado,
naqueles sulcos mágicos de vinil.
desejo, tesão, ruídos.
a melhor sensação músical,
que meus inescrupulosos ouvidos já sentiram.

quarta-feira, novembro 18

Não adianta comprar outro para apagar o erro

aqueles tubos,
vermelho-alaranjados,
foram mais fortes do que eu.

mais forte do que a minha vontade
vontade de controlar
minha vontade de comer.

fiz tudo sem pensar.
tentando esconder (dentro da minha barriga)
toda aquela vergonha,
cilíndrica, carnuda.

eu deveria mesmo é morrer.
morrer por causa de algum alantotóxico.

eu não me amo.
foi o que a gigantesca salsicha me disse.

sexta-feira, novembro 13

poema

queria um poder,
desses bem cheirosos.
pode ser enferrujado pelo ócio,
mas bem grande.
um poder desses de escrever.
de tocar no coração inodoro das pessoas.

desses bem cheirosos,
e gordos, cheio de gordura.
um bem negro, e azul nas bordas.

mas PODERoso do que uma foto.
do que uma foto.

é como se eu tivesse uma arma em minhas mãos.
bem PODERosa,
e cada vez que eu apertasse o gatilho cinza,
iria sair um par de palavras.

(armas.mortíferas)

ele, PODERoso, iria encher todas as linhas invisíveis do meu caderno branco de poeisas.
iria engordar aquelas finas folhas ofegantes.

Ofegam por uma, ou duas palavras.

(armas, mortíferas)

somente as primeiras notas desse poder me fariam contente
eu, PODERoso.


um bem gordo, cheio de gordura branca-cinzenta.
                                                                                    

sexta-feira, outubro 23

por inteiro

eu te bebi por inteiro
pra saber se realmente era você,
você, ó letra das letras, verso dos versos.

eu te comi por inteiro
pra saber se causava o mesmo efeito,
efeito das leituras, de horas.

eu te olhei por inteiro
pra saber se tinha a mesma estética,
estética, ó beleza do belo, esticada pela folha branca

eu te colhi por inteiro
pra saber se saiam de você as mesmas idéias,
mesmas idéias que invejei durante vários outonos.

eu te amei por inteiro
pra saber se você ia me dar atenção,
atenção que eu ia precisar pra ser igual eles.
atenção que chegou, e está aqui,
presente nestes verdadeiros versos.

Tra(duz)indo

é o som e é o sentido
amargos ao pé do ouvido
vindos de uma sutil traição,
da perda da essência.

Rimbaudeando alguns sentimentos,
sentindo, bêbado, um barco se aproximando

Je ne me sentis plus guidé par les haleurs

perdi todo meu rumo.
meu rumo jovial e nostágilco se foi,
foi pr alonge da minha alma sóbria,
indo para meu corpo bêbado, se afogar.

corria! Para as marés.
Me lavava com o sal vermelho
que correu junto d'água que levou minha sobriedade.

eu trai meus livros e autores
mas traduzi, ao meu ver,
seus sentimentos.

sexta-feira, outubro 16

Eles

correram vários deles
correram até meu quarto
correram e me surpreenderam 
correram eles 16/10/2009

me deram vários deles
me deram o eu queria
me deram de maneira estranha
me deram me deram

brigaram eles comigo
brigaram eles no meu quarto
brigaram a força maior
brigaram se razão

dormiram eles com remorso
dormiram eles me esperando
dormiram eles me xingando 
dormi pensando neles.

terça-feira, outubro 13

Dorme

Levanta a mão
Pede por ajuda
e sai dessa,
merda.

Dessa merda
que todos nós vivemos
ontem, hoje,
de manhã, de tarde e à noite

sai logo,
enquanto há tempo.

Tenta dormir
e varar dias nos teus sonhos: vivendo.
Vivendo na utopia de ser feliz.

Domingo

Há sempre esse monstro
subalterno a nossa situação

Vive das nossas sutis desgraças
e vive no fundo, bem no fundo do coração

Mesmo depois de horas de paz
é impressionante como ele põe a cabeça pra fora
e mostra toda sua força

o que você quer que eu faça? se ouve.
Hein?? Vai explicando!

Dói saber que as pessoas se divergem.
Mas aceitamos,
aprendemos,
e amamos,
cada vez mais.

Maneco

Eram quase dez da noite e o Maneco estava indo embora da casa da sua namorada, como sempre.
Os próximos sete minutos seriam normais e corriqueiros, banais, mas foram diferentes.
Chegando na praça do asilo, cumprimentou os velhos do Bar do Ponto e continuou andando e olhando lá dentro, fitando os copos e porções de torresmo no balcão e nas mesas.
Cachorros, bicicletas e postes iam passando por ele. Até chegar no escadão que desce para o Tijuco.
- Seu bosta, volta aqui.- foi o que ele ouviu, e foi o que apagou os cachorros, as bicicletas e postes do caminho.- É, você mesmo, playboy.
Arriscou correr, mas não ia adiantar. Dois vinham de frente.
- Aê, vacilão.
- Calma velho...
- Calma nada, mermão.
- O que vocês querem, eu dô, eu dô.
Eles não queriam nada de mais, estavam curtindo a noite, da maneira deles.
- Dá a carteira.
- Tudo?
- Vai, vacilão.
Maneco deu a carteira, que estava vazia, limpa, sem nenhum puto.
- Zuou, né?
- Eu não tenho nada, deixa eu ir embora.
Ele não foi embora sem dar nada a eles.
Não tinha dinheiro, então deu o que tinha pra dar.
Os velhos do bar, os cachorros e as bicicletas estavam muito ocupados para ouvir os gritos, o desespero, e a dor de Maneco.
Depois que terminaram o que tinham que fazer, deixaram ele ir.
- Vai cuzão, vai. Sem caguetá ein? Se não vai ter de novo. Se liga!Vai!
- Porra véio - falou um outro, enquanto o Maneco já tinha saído mancando - queima ele.
- Aqui?
- É, vai logo, porra.
Foram três tiros. Um nas costas, de longe, e dois na cabeça, à queima roupa. Pra ter certeza da morte.
Passaram diversos sete minutos até o amanhecer, até o acharem ali.

sábado, outubro 10

Fogo Colorido

o cigarro cantou na minha boca,
cantou o que ele queria

queimou todos meus planos
queimou tudo que queria

cantava sobre os livros,
e sobre os rocks, cantava.

meu isqueiro não tinha mais um cheiro de fogo.
foi esquecido como meus planos.
e como estes foi trocado por outro.

só o desgraçado do cigarro continuava o mesmo.
queimando e bebendo minha vida.

ele me colocava em sua boca e ateava fogo.
mas não um foguinho qualquer,
um fogo enorme
com todas as cores que tinha direito.

as cores da minha vida,
que iam virando nuvens de fumaça,
pouco a pouco.

sexta-feira, outubro 9

1, 2,
1, 2, 3, 4.

Crocodilavam sem parar.
nenhuma alma deixava de lado.

sei lá se era bom ou ruim.
era de momento.
todo mundo estava afim
era mais que tormento.

Pararam de rimar
pra ficar mais divertido
mas ainda tinha ritmo
e vontade,
e coragem,
e amor.

Foram chamados de loucos,
mas, como não eram poucos
rebelaram.
anarquizaram.

Corriam escuros e rasgados pelos bares escuros.
tiveram prés, eles e pós.
hoje são esquecidos.

quinta-feira, outubro 8

50's

Uivaram o dia
Nasceram na folia

Falavam em progresso
Viraram sucesso
Morreram na agonia

Não tinham medo
Viviam em recesso

Colhiam do azedo
cultuavam o sexo

Comiam drogas
Comiam-se todas as horas

Pegavam a estrada
subiam as escadas
escadas da morfina
e heroína.

terça-feira, outubro 6

Cozinha

eu não sabia se escrevia, se lia, se cantava, se cozinhava.
Tinha um, dois livros.
três cebolas, uma partitura e um lápis sem ponta

perdia a conta,
toda vez perdia a conta

não sabia se era melhor o livro, ou as duas cebolas
ou a lapiseira, não sabia.

Liguei pra tia,
pra tia Maria.
Era cozinheira das boas.
escrevia, cozia, lia.

tudo estava prontinho,
só faltava um temperinho, um banquinho
e um tempinho.

tempo eu não tinha.
a tia minha, tinha.
tempo pra tudo,
pra ler, escrever, contar, cantar, comer.

ela mexia a colher
com a força de um homem, e a destreza de uma mulher.
cortava os ingredientes e jogava tudo na panela,

tudo estava prontinho.

mamãe dada

caligrafia maneirista
chumbo escrita

coliforme dentista
mandruvá jornalista

vermelho amarelado
limão salgado

lado do dado
número desafinado

teclado desconfigurado
índio sentado

canção atemporal
criança no vendaval

samba no carnaval
amor carnal.

segunda-feira, outubro 5

Medo

há um medo
um medo enorme

cruzo um só dedo
esperando que o medo se conforme

não sou sua vítima
não estou na sarjeta

coloquei todos os outros num trem
que vai pra longe, bem longe

estava me enchendo
eu não estava crescendo
estava ficando esquecido
eu não estava pronto

fugi pra bem longe, bem longe
mas pra outra direção

fui indo, até cansar
cansar de andar
e de ter medo.

quinta-feira, outubro 1

O cheiro

eu quase podia tocar
no  cheiro daquela melodia

atravessando a rua, rua cheia
moderna, cheia de sons e cores

fui seguindo só um.
um só, eu fui seguindo
e passando, e andando,
ouvindo, cheirando.

Quase atravessando a rua
virei.
olhei,
cheirei,
escutei,
pensei.

só naquele cheiro de música boa, pensei.
estava ali, bem atrás de mim.
sempre me seguindo,
e eu nunca conseguindo pegar.

segunda-feira, setembro 28

nós estávamos  rezando baixo
e de repente tudo parou

nós éramos ciclopes míopes
não entendíamos direito o que dizíamos 

um no outro,
olho no olho,
e daí nos confundíamos em digressões amorosas
depois voltávamos para a linha principal.

era tarde,
estávamos na sala.
na sala.

pedíamos desculpa
um pro outro,
olho no olho,
e daí petrificamos aquele momento,
lá na sala.

sexta-feira, setembro 25

Acordaaa!
Ouvi junto junto com a voz do Sinatra.
Achei que fosse apenas uma confusão,
mas era era meu encéfalo.
Que não estava mais aguentando, e decidiu falar.
Falou mesmo.
Sem dó.
O jazz que estava tocando parou,
e parou o som da rua, e o som dos copos,
parou.
Decidi ouvir meu cérebro por alguns tempos.
Daí acendi um cigarro e pedi um bourbon.

queimei meu dedo
e nas cinzas
voltei pro copo.Corpo.

Olhei pro fundo do copo,
e lá estava eu,
na mesa de bar.
vazio.

quinta-feira, setembro 24

saio da madeira
recheado de carbono

não importa quem é o dono
não sirvo pra besteira.
Pra cuspir as idéias

me perguntam tudo
qual a direção do mundo
a insanidade das matérias
ai falo, Eu mudo!

mas não mudo nada.
nada que interesse o povo
só algumas cabeças ímpares.

quarta-feira, setembro 23

Começou desde cedo. Tomei leite em vez do café, pão de forma em vez do francês.
Depois minha mulher me chamou de ''bem'' e me deu um beijo na bochecha.
Meu cabelo estava penteado para trás, e não para o lado.
Sumiu a chave do Fusca.
Fui a pé para o trabalho, que não era dos mais prazerosos e tropecei no primeiro degrau que vi.
Cheguei na minha mesa tinha um livro do Paulo Coelho e uma revista dessas de fofoca bem ridículas.
Se tem uma coisa que eu odeio é quando uma rádio não pega direito e quem está ouvindo não muda pra outra estação. Não me dei ao trabalho de mudar, pois aquela música ficava melhor com os chiados do que sem.Música ruim, bem ruim.
Em casa, à noitinha minha mulher fez omelete de espinafre e suco de cenoura para a janta.
''Não estou com fome, BEM".
Eu queria tudo diferente, tudo como foi ontem.Não no dia de ontem, nos tempos passados.
Era tudo tão bom. Acho que o prazo de validade da cultura acabou. Sobraram alguns produtos de longa data, mas raros de serem achados. E caros.
Foi tudo corroído, multilado.
Queria café e pão com manteiga, amor e beijo na boca, o carro cheio de música a amigos,
Machado de Assis e uma Rolling Stone, um vinil tocando.Um bife acebolado, uma picanha, ou uma macarronada
e uma Coca, ou uma laranjada.
Queria mesmo.
Eu tava lá,
acendi o cigarro, e
queimou
queimo
queim
quei
que
qu
q
E lá eu estava,
ouvindo aquelas notas intocáveis do Sinatra.
Quando foi que apareceu aquele treco na minha janela.

não sei se era a vida, ou morte.
calou a boca do som.

sei, também, que calou minha sorte
e aquele cigarro bom.

sem idéia do que era
fechei a janela
naquela cara torta

seria uma pantera?
um tigre-onça, que dizia, ESTOU MORTA?

q
qu
que
quei
queim
queime
queimei outro.

quinta-feira, setembro 17

Auto-retrato encontrado.

Na verdade, gosto de fazer supermercado pensando no que a outra pessoa gosta, gosto de dar presentes, cozinhar, ficar em casa vendo tevê num sábado quente ou chuvoso e jogar gamão, tranca, buraco, xadrez, par-ou-ímpar, de ver eclipse da janela, a outra se vestir e escolher com elas as roupas, de ser aquele cara que julga se está bom ou não, se ela devia sair de cabelo preso ou solto, de botas ou sandálias, de saia ou vestido, de cinto ou sem, com colar ou sem, com brincos de prata ou ouro, se dá pra ver a marca da calcinha, sou aquele cara que gosta de sentir o mesmo perfume na nuca todos os dias, que gosta de passar xampu no cabelo da mulher, que gosta de passar o dedo nas dobras do braços, da barriga, de enfiar o dedo na boca e orelha dela, de falar besteira durante o sexo, de beber vinho e transar na sala, de dar sorvete na boca ou comer juntos todo o pote de uma vez só, de ficar a noite toda no escuro, sem acender as luzes, ouvindo todas as músicas marcantes da minha vida, de alugar três DVDs e não assistir a nenhum.
E como é bom lavar a louça a quatro mãos, com aquele detergente neutro e a água quente se misturando com o azeite da salada e depois passar a espuma do detergente na cara dela, de nos beijarmos e abraçarmos com a mão toda suja e lambuzada, de ficarmos no colo um do outro na piscina, de nos deitarmos na varanda num dia de calor, de passarmos protetor solar, hidratante, de falsificar a assinatura do outro em boletos, de lermos juntos os resumos que saem nos guias dos jornais, de dividirmos uma pipoca, um chocolate, um biscoito doce ou salgado, um coco na praia, uma água sem gás, uma aspirina, uma maçã, uma perna de carneiro, um pudim de leite, uma vitamina C, a rotina, a cama, a raiva, o encanto, uma piada, um pôr do sol, a escova de dente, uma caneta, um livro, uma angústia, uma dúvida, um sonho, um projeto, uma fofoca, um torpedo, um momento...

domingo, setembro 13

Eu estava olhando
pro velho
tocando.
quando percebi
que o tempo deixa marcas.
O motivo eu já esqueci,
mas na hora estava estampado
naquelas caras
que algo tinha mudado.
Sei lá se era o efeito da música
ou do cigarro-pinga-baseado.
Mudou, sei disso.
Mas não era isso,
que eu ia falar.
O velho a tocar e  o tempo
foi passando
os acordes mudando
e a flauta soando.
Daí eu percebi,
era eu quem estava diferente.
Alguma coisa na minha mente.
E aí bebi, bebi.

sábado, setembro 5

 
morre morre
corre flor
enche a arma do leão

Rua Augusta Revisted

Hi Hi Alfredo
Diriam alguns sábios intérpretes
cansados
opositores
revolucionários
Eu começei a escretar palavras escrotas
e mal cheirosas para tentar me igualar.
Hi Hi Alfredo
Eu diria.
Mas não.
Bato macumba.Batman.
Ê Ê.
Tentei tentei 
acreditei acreditei
Em tudo, até em jezuis.

Bye Bye Johnny.

quarta-feira, setembro 2

[manos]
-Puta merda né, Guina?
-Pô, foi você que mandou, mano.
-Era pra atirar no pé.Porra, Guina. Cê fudeu com tudo.O cara no chão, a criança chorando.Porra.
-Foda-se.Vambora que já que os gambé cola ai.
[gambés]
-Ó lá, Silva. É seu irmão.Porra.
-Porra, Luís.Porra.Ele só tinha 16.
-Eu te avisei que ele tava nas quebrada.
[manos]
-Jão, porra. Nóis matamo o cara.
-Nóis não, fumô pedra mano? VOCÊ matou o cara.
-Pegou o muleque lá?
-Tá no porta mala.Porra, Guina.  A gente vai em cana denovo.
-Cana o caralho. Não tinha ninguém pra caguetá.
-O muleque.
-Ele tem 12, mano.
-Foda-se, com 12 eu tava comendo as mina já.
-Queima ele então, mano.Porra, que barulho é esse mano?
-O muleque batendo lá atrás.Vai se fudê, porra. Matar criança dá inferno, porra.
[gambés]
-Puta que pariu, Luís.
-Ô moço, me ajuda.
-Sai daqui muleque. Pera aí. Ô Silva, Silva. Seu sobrinho aqui.
-Lucas. Cê tava aqui?
-Tio! Foi dois caras, lá do Nossa Senhora. Eu via eles no fliper.
-Como cê sabe?
-Eles me botaro no porta mala mais eu consegui sai aqui perto.
-Pra onde que eles foram? Ô Luís, liga pra ambulância, porra.
-Pra lá tio, pra lá!
-Vai pra casa, Lucas.Avisa sua mãe.
[manos]
-Para ai, véio.Vamo deixa o muleque aqui.
-Porra, Guina.
-Vai logo, mano. Dá a chave.
-Porra, Jão.Porra. Cadê o muleque?Cadê o doido?
-Puta que pariu Guina, cê perdeu o muleque.Tamo fudido, porra.
-Vamo voltar.
-Fumô véio? tá louco?
-Vamo logo porra.
-Puta merda ein, Guina?
[gambés]
-Ó a ambulância ai Luís, ajuda eles lá, porra.
-Porra, Silva, to indo.
-Porra nada, não reclama.
-Porra Luís, ó seu irmão ali.
-Cadê?
-No carro chegando ali.
-Era oque faltava né. Porra, Silva.
[manos]
-Porra, Jão. É meu irmão, mano.
-Puta merda Guina. Desde quando cê tem irmão gambé?Vai se fuder.
-Puta que pariu, porra.
[gambés]
-Porra, Luís.Que isso?
-Acelera, porra.
-Puta merda ein?
-Puta que pariu, Silva. Cê acertou no meu irmão.
-Ahhhhhhhhhhhh.
-Puta merda, matei o Silva.Puta que pariu.
[mano e gambé]
-Porra, Guina. Acorda véio. Porra!Seus filho da puta.Mataro o Guina.
-Qual que é? quem amtou quem? pensa! Você matou ele, seu puto.O Guina era meu irmão, seu merda.
-Puta que pariu.
-Meu irmão, seu viado, me irmãã...Ahhhhhhhhhhhhhhhhh!.
[mano]
-Puta que pariu, mano.Já era.Tem mais uma bala.