sexta-feira, março 11

valsa

sua valsa triste caminha com a noite
petrificando o olhar de todos pares.

enquanto rodopia,
crava nos corações alheios o calar da noite e
o uivo da lua.

enfrenta o mundo,
e pinta no chão os ventos do fim do dia,
decora olhos com a cadência de seu amor,
com a decência do seu olhar.

e como se não bastasse,
ensina-me melhor,
pois não sei direito a arte.

e quando fiz o necessário,
foi pra não levar junto o brilho dos teus pés.

o gozo vem depois do amor

se hoje o medo medo não vê a solidão
é por que o macio do sozinho explode em outros lugares.
 - é uma verdade que assusta a clareza da mente

e as palavras que colavam a nossa definição em nós
emanam suas essências nos lugares que buscamos.

o passado se vira numa magia
que agora tento entender,
se transforma num quebra-cabeça escuro
impossível de montar,
pois sua beleza é tão uniforme e bonita
que fica difícil de se achar as pessas.

se hoje o medo não vê a solidão que me assola
é por que quero.
é por que quis ser feliz
é por que quis compor felicidade em outros olhos.

contudo, nada se esvai do coração.
nada apaga.