domingo, dezembro 26

me dói a espera

pura vaidade do pensamento
- ser a união forte de duas almas.

vaidade ruim.
descolorida de mal cheirosa,
que cada vez mais é alimentada pela raiva de outros,
maltratando dois sorrisos.

por ora é o que se passa
- e esse asco só se aumenta, dia a dia.

e cada vez mais o chorume do meu amor aumenta.
e faz a saúde esvair-se rapidamente.
ela pula dos olhos,
dos coros e choros.

e um rio lagrimal me afoga.
machuca meu querido futuro,
meu pesado querido futuro.

entendo essa distância,
essa aversão aos passos,
essa distância da dança que me levanta,
porém a compreensão não é minha vizinha
e não está presente nalguns olhares flamejantes.

ao meu ver, o tempo não fez seu papel.
digo o tempo de antes, o tempo dentro da minha cabeça,
o tempo de antes do retorno.

ao meu ver:
o tempo se ampara sendo assassino.
- de amores e mudanças.