domingo, junho 6

poema 2

nasci por defeito
da maldade do menino infeliz.

da parte que não nos olhou.
destinado a padecer sob
a superfície intacta da água

energicos milhões bateram em minha cabeça
em busca de alguém,
mas abro só para quem desejo querer.

não quero me entender, nem que entendam.
me esqueçam, pois.

mas não por completo,
nem por quero ser por todos,
mas por quem nem tá aí.

quero só os meus bacanas
a literatura, a matemática, as letras,
as pretas, o desenho, a saúde,
e o sol francês.

brisa da manhã

sinto o calor
em minha alma

querendo, 
              sair toda descompassada
              rodando mais que o disco
              e minha cabeça.

que me esquenta
por dentro da cuíca

gritando,
             e me embriagando
             com notas agudas e sobressalentes
             na demência do ser um
             ser de amor

novas mudanças
vão acontecer dentro de minh'alma

falando,
            assim com certeza do que digo
            o calor se prostitui no presente do futuro
            embalada na carne seca
            pela constatação do sábado.

vive, em mim
o gostoso do sentimento,

abrindo,
            os meus lábios
            no sorriso quente e de meus dentes
            acesos para verlaine.