sexta-feira, dezembro 10

tem peões na minha janela

Junto do sol veio a obra ao lado leito.
Fechando com suas trombetas de concreto meus sonhos,
Maltratando os sorrisos e sono dos bêbados na rua.
Maliciando o jantar de janela aberta.

Coloco no futuro.
Digo, essa cortina.
Tampando mil outros olhos
Mas abrindo outros mais.
Colocando na minha mira a vida nova.

 A despedida e a conformação
São necessárias.
Estarei aqui, mas não tão perto.

de lã

Há essa sutil diferença
Entre sentir os cochichos
Dos pingos da chuva em sua janela
e
Somente se molhar.

E na sua sutileza,
Faz da água algo intenso, recheado.
A preenche com alma.
Alma de água,
Suave, mas no mesmo instante,
Alma de poeta sem palavras.

É uma salva de palmas.