segunda-feira, dezembro 13

o palco lá e eu cá

Se sambar não sei
Amenizo minhas vontades apenas no olhar,
Na contemplação de um rodar de braços e cabelo.

E me satisfaço com o calor que me esquenta
E sento, pra me descançar as emoções,
Na penumbra dum botequim.

Foi sempre desse feitio,
Eu cá, a olhar
Os pés e olhos de outros,
Amando, e sentindo o derradeiro fim.

Um retrato móvel,
Aliado dos meus sonhos,
Nos quais amo,
Desejo e me sinto assim.

não questione

Salvo minha pele em uma só nota
E num só relance sonoro.

Arma maravilhada e maltrapilha,
Assassina dos pobres perdidos na podridão
Da ignorância.

Um passo recalculado,
Repesado que
Num piscar de sentimentos
Se torna frágil paixão.