quarta-feira, janeiro 18

flor

bela, das pernas de pinça,
de sentir fina a passagem
despercebida ao olhos
do desconforto
de luz amarela e
e cintura lisa.

- leve,
como leva o vento
folha e desejo.
como a cabeceira
do rio solta água
e leva a vida.

moça, corpo de lança
da alma fervente
que cheira raro
e olha rápido
pelo seus de olhos corça.

terça-feira, janeiro 17

dezessete e dezessete

sinta bem
meu bem, toda calma
todo sentimento
aqui e por ai.

é de apertar a alma,
o ficar sem.
e agora é bem assim
- todo segredo
se esvaindo pelos poros.
e os escondidos
olhares cada vez mais reais.

segunda-feira, janeiro 16

pela poesia quase madura da solidão

vem essa
nesse tal de saber o amor.

como se fosse necessário
vir dessa.

como asas que desafiam
o sol, rebatendo a luz,
construindo sua querida
afrouxando a tensão
no vento que bate forte.

é assim pros dois.
pra duas almas
como pássaros,

onde um canta
seu canto colorido,
sua trova, sua verdade.

onde uma escuta.
e escuta de novo.
perdida em meio a relva
em meio a outras notas.

onde o um
passa o luar e
se espera.

onde uma
pode se querer
e ser a poesia
madura da união

cheiro que gruda e fica

me dá!
deu desespero.
bem assim, desesperado mesmo que ao lado.

dá medo, pois dói.
- dói esse futuro
que não vai ser novo
vai ser a mesma casa.
como se redesenhasse 
o que já disse que não foi o melhor.
como se cortasse as asas,
antes mesmo de baterem

calma...
o desabafo parece
ser ruim quando desabafado
mas é do coração
a oração da alma.

dói, um pouco.
esse louco pensar
que acompanha
o torto andar.

dói,
por que é apertado.
e não pode ser
e fica desesperado
o verso,
a fala
e o silêncio
- daqueles que sobe
no peito, espremendo
os pulmões.

e,
é por querer de mais,
podendo de menos.

alinhe-se com o desejo,
e se quiser, queira.
por que não posso
me trair.
- na espera,
numa possivel futura ilusão.

domingo, janeiro 8

anjo

desculpa, mãe.
se, já, seus calos são meus
se fiz a dor da sua calma
aumentar com meus outros
pensamentos.

desculpa
quando trago a mentira,
soprando a vida pro alto!
- a partir da sua melancolia
apago e recolho todas as cinzas.

obrigado
por mim
por me dar eu mesmo
e me mostrar o peso
de ser mais feliz.

desculpa, rainha
pois agora me renovo
e peço o abraço real
pra te passar a verdade
pois você é amor maior.

sexta-feira, janeiro 6

lírio

foi no nascer do sol
meus pés sentindo
mais o peso.

o peso do corpo
cheio da distância
das impossibilidades
da vontade.

e é assim
já faz dias,
já faz tempo,
já faz beijo
já faz saudade.

segunda-feira, janeiro 2

gentileza sua

chamei os especialistas!
- pra uma casa e um quintal
um quintal de verdade
cheio do amarelo escondido
do sol, que cava nos montes
do horizonte seu berço
e me dá toda saudade.

ele contorna esse quintal
todo! desses de banco
e conversa confortável
desses que ficam
no peito saudoso
nos poucos minutos
da voz afinada.

vem de quintal,
de montes ou mares
vem lisa, poente ou nascente!
mas vem, junta do sorriso da lua
que toma o lugar do sol
só pra poder devolve-lo
na manhã seguinte.