segunda-feira, julho 4

silêncio gritante

quatro olhos fechados de testa grudada
e duas respirações que se cruzam no silêncio
às vezes dizem muito mais do que um discurso infinito.

e é abrindo a mente
com momentos precisos e preciosos
que a poesia se faz no ar,
e nos proteje do frio.

é de olhos fechados e com a boca que se vê.

ali, sentados,
meus olhos se aquietaram
e harmonicamente junto de minha boca
entraram na paz.

paz grande.
tão grande que perdi a fala
e o próprio olhar,
que enquanto estava no escuro
viajou por mil atmosferas.

e que viajem real, foi.
de causar careta e riso confortável
até na cara mais dura.

gaguejei meus sonhos, depois.
todos rodados.
e apesar de não lembra-los
prefiro deixar assim,
pois sei que estão aqui.
no fundo da mente,
quietos,
aguardando a hora certa de florescerem
e virarem mundo.