terça-feira, abril 24

poema de perdão

como será que faz
pra não ter medo do que foi feito
como que faz isso
se já está concreto na memória
aqui, ai e lá

como posso imaginar o pior
será que devo imaginar a calma?

justo na hora
que a irmandade é descoberta
na hora que o calor da alma ferve
as gargalhadas.

como faz pra pedir perdão
por algo que, mesmo que natural e belo,
machucou a sutil gentileza de olhar nos olhos?

questiono o vento
por que é torturante, agora,
fazer uma ferida, do tamanho que seja,
no peito de alguém grandioso
calmamente gracioso!