sexta-feira, março 19

uma dezena mais nove dias

ano e meio
faz tudo sintilar, sintilante
penso em par, agora.
faz um tempo já, mas, agora penso mais
estonteante, estonteia o par, na hora.

minhas manias merecem morrer
malditas maluquices,
me matam.
merecem morrer.

ano e meio
e ainda não aprendi,
é difícil desplugar isso de mim.
porém, contudo, sei que às vezes tenho razão.

amo andar, assim, alegre
amorosamente amado
aliviado, ainda alego amar
ainda amante, amando

ano e meio
e agradeço pelas danças e solos
tento excluir sempre brigas posteriores
aprendendo assim, você.
com essas brigas.

penso por que parar:
pelo povo parado
pairando pela ponte;
podendo, pois, poder.

ano e meio
posso amar, amor.
sei que não faço o melhor
mais tento, melhorando, o pior.

fica meio ambiguo, às vezes.
mas sei que você sabe, é amor.
é meu e nosso, e seu.

fico calado esperando
algum vento pela janela
vindo de lá, do azul, da parte de baixo.
do quarto bagunçado.
da gaveta quebrada.

fico gritando aqui,
calando o silêncio que paira, negro no quarto meu.
em cima e embaixo da cama,
me esmagando, torturando
querendo tirar uma resposta sem pergunta.
que não sei de onde vem, só questiono.

fico aqui,
calado, fechado, tentando abrir a brecha.
pra dê tudo certo,
e que venha de algum lugar, um sorriso
que entope minha cara junto da sua :
com um só olho.