segunda-feira, junho 18

labirinto

o chão;
casado com os pés
da moça
como se laços
lacrassem a paixão
pela terra e pelo movimento

a parede;
superfície confortável
pro verbo.
caminho que deixo
rastro que entorna
as cores perdidas
afim de alinha-las

um labirinto lúdico
afortunado pelas diversas
tonalidades e pela
gentil vontade de agradar
- um labirinto
que ecoa versos e notas
provocando a dança;
atiçando o íntimo

e nesse caminho
cores, tons e sinceridades
flutuam em um mar
ainda não descoberto,
mas que se abre pro novo
e deseja ser mergulhado

(a menina dança
sob o mar, gira nas ondas
e se apoia na maré
enquanto a água
sob seus pés
vai se colorindo de poesia)

domingo, junho 10

atirador

sou um atirador
com o olho na mira
que faz o olhar
queimar a roupa do alvo

esvaziando o tambor
acerto minha própria sombra
minha própria boca
e já não me importa

sou um atirador
e assim sou
pois não há lugar
e nem tempo
para ser alvo

acerto em cheio
o meio do espelho
dividindo meu próprio
feixe de luz
é a reordem
da desordem

me organizando
para poder desorganizar
com propriedade
minha própria e única
realidade