quinta-feira, novembro 11

amanhã

olho o verso
que te acompanha.
ele, ou sua farta essência
geram uma breve combustão
que sabe de cor
como me por a frente.

me sabe bem
e sempre canta essas canções
ora tristes, ora facilitadas pelo riso,
que me carrega até um abraço teu.

olho o verso,
que para mim é luz,
e fico meio descoberto
meio nu no meio de palavras
que não tendem a acabar,
palavras (repetidas) que preenchem algumas
de minhas telas amorosas...
e algumas delas são como sol,
morno e confortável.

e, desta vez,
me dizem onde ir à noite,
que é sua agora
e que se vira, no próximo dia,
em colo e calor.

calem as palmas

fuja as mãos uma das outras,
estas peles marcadas e sofridas
que cultivam a dor
que te esfrega os olhos.

deixe de lado todo o amor
que não te acompanha mais
em mesas e conversas,
apague a brasa que outrora
te acendeu nas idéias
os fogos de uma outra paixão.

mazelas te fazem agora,
esqueça de hipocrisias falsas
que não te abandonam!
solte, e deixe ir, tudo.
mas, longe de seu calor
longe de suas vontades.

e a pelejante certeza
nunca vai ser sua,
vai ser o vazio e o pensar e pesar.

na verdade,
não há sorriso e telas coloridas,
não essa beleza verdadeira...
pertubantemente, não há.
é nua e crua
a vida que se faz de solidão.

é só uma questão de tempo

sabida dor,
o que verso a ti,
quando a lógica de meus fundidos pensamentos
se abre e desabrocha
em finos verbetes de amor
dor ou riso,
não é mais que sincero
ou
profundamente querido...

me ouça,
o que rogo
e que sou.

deixe-me no calor de vosso olhar
e na fissura de teu término,

sobrevivo, por ora, afundado em ti.
merecendo
e
tecendo minhas verdades
com linhas finas
que com o passar de vários sóis
acha seu fim