quarta-feira, agosto 18

espero o momento

não quero a ilusão
lhe tocando a feição,
pintando-lhe a cara de rubra vergonha.

lhe deixando sem norte;
deixando teu leve desfilar, tímido.

exprimindo à mim
gaguejadas palavras,
difíceis expressões apaixonadas.

te deixo livre.
você é quem sabe a hora certa.

haikai saudoso

um eco sábio da vida,
anda ao meu lado.
gosto de chamá-lo de saudade

olhe pelo olho mágico e verás

um momento estático ao vento.
parado e pairando em pedaço de papel.

que tradz mil olhos e sóis exatos em tuas cores.

reprimie milhares de segundos
que sobrevoam lentes e complicações mentais.

um momento fúnebre
ou singelo sorriso,
imprimidos e reprimidos
em poucos centímetros
de cores e precisão

haikai do tiroteio

levei um tiro.
me furou os olhos da paixão
e tirou de mim a vista leve.

na quadrada dos sonhos

eu queria a porta aberta.
queria a vida leve e janela aberta.
queira voar e bordar com o meu nariz

e deixei minha vida por um triz,
quando meus sonhos se tornaram realidade.

olhe bem na caixa de correio

me sento,
para escrever história de velha e criança.
história de amor entre a poesia e fogo puro

passo horas tentando fotografar em papel
todos singulares ápices de rebelde amor.
só risco do roteiro meus deslizes joviais
e teu rancor idoso,
tuas asas que colhem o ódio da impulsividade que te roda.

[espero que o mesmo seja feito no inferno,
uso água para apagar nossa desgraça, nossa.
e não para meu desejo ímpar,
não para meu próprio sorriso].

escolho um belo pacote,
florido de paixões e versos escritos em quatro luas,
e recheio este de sinceridade e saudade.