segunda-feira, janeiro 16

pela poesia quase madura da solidão

vem essa
nesse tal de saber o amor.

como se fosse necessário
vir dessa.

como asas que desafiam
o sol, rebatendo a luz,
construindo sua querida
afrouxando a tensão
no vento que bate forte.

é assim pros dois.
pra duas almas
como pássaros,

onde um canta
seu canto colorido,
sua trova, sua verdade.

onde uma escuta.
e escuta de novo.
perdida em meio a relva
em meio a outras notas.

onde o um
passa o luar e
se espera.

onde uma
pode se querer
e ser a poesia
madura da união

cheiro que gruda e fica

me dá!
deu desespero.
bem assim, desesperado mesmo que ao lado.

dá medo, pois dói.
- dói esse futuro
que não vai ser novo
vai ser a mesma casa.
como se redesenhasse 
o que já disse que não foi o melhor.
como se cortasse as asas,
antes mesmo de baterem

calma...
o desabafo parece
ser ruim quando desabafado
mas é do coração
a oração da alma.

dói, um pouco.
esse louco pensar
que acompanha
o torto andar.

dói,
por que é apertado.
e não pode ser
e fica desesperado
o verso,
a fala
e o silêncio
- daqueles que sobe
no peito, espremendo
os pulmões.

e,
é por querer de mais,
podendo de menos.

alinhe-se com o desejo,
e se quiser, queira.
por que não posso
me trair.
- na espera,
numa possivel futura ilusão.