sexta-feira, abril 2

dezenove de setembro

me lembro
como fosse hoje
o branco e o preto contrastando
também o álcool e o guaraná

a pé de valsa e o desequilibrado
fitando os movimentos
e o os olhos. que olhos
negros e profundos

tornando noite, boêmia
o meu dia, sem graça.
e tornando tarde, mas alegre e feliz
a minha noite só e calada

me lembro
como as cartas e blusas
escritas na pele bem fundo
que nunca sai, nunca.

são três notas bem altas
que fizeram parte da minha vida
durante algum tempo
impossíveis de tocar no mais afinado instrumento
ouvia-se só quando
eu era apertado bem forte
seguido de um elogio de minha parte
tocando unha e cabelo
peito e barriga
e culminava naquele calor
e mais três notas
e um sorriso.

acampando nos nossos pensamento
frases sem sentido em francês
deslizando o sob as letras e passos de dança
cheirando o doce da camisa
e o infanto do braço.

esqueço
como se fosse dez anos atrás
de hoje, quando resolvi acordar
desse sonho que acabou
mas lembro como se fosse ontem e hoje e agora
de tudo carinhosamente feito.
sem um nada de vontade de voltar atrás,
e fazer denovo.
vontade de deixar tudo como está.