terça-feira, janeiro 19

uma semana e uma terça-feira

as paredes estão nos apertando,
mais do que o acontecimento
gritando gritando

Não, meu amor, não esqueça esse momento.

Começou a doer e coçar
tudo isso, seu corpo.

Para de gritar!
Silêncio!

mas é impossível segurar essar dor dentro da boca.
indo e vindo.
é preciso gritar, soltar tudo
o mais longe possível, e acabar com tudo,
                                               [até com rimas.

Calma, amor, não vou esquecer.

Não é fácil esquecer esses dias, de aperto, dor.
ainda mais com você;
Calma, amor, já está acabando,
estamos quase morrendo.

segunda-feira, janeiro 18

l'amour de ma vie

eu fico aqui, longe, saudadeando.
inventando.
tentando fingir que tá tudo bem, mas não tá.
porra, eu sou assim.
desse jeito chato, crica.
mas sou eu. seu.

está bem mais forte agora.
ambos os sentimentos.
amor e saudade.

esse poema bobo é só para a tentativa de lacrimejar
não ser em vão.

triste e longe, é assim que estou.

quarta-feira, janeiro 13

verde-cinza

o disco é preto, redondo, de vinil e tinha uma vaca na capa.
o chão gelava minhas costas quentes,
e a última parada daquels notas que eu nunca entederei era meus ouvidos.
a falta de energia colaborou com a sensação.

foi bom.
rodou e rodou, depois calou
calou.

ficou mais preto ainda,
e levou na garupa a minha cabeça avoada.
que devido a ele mesmo estava, já, bem longe.

a vitrola é retangular, gordinha, de maleta, verde e cinza.
tem uma alcinha.
para eu levar pra onde for.
ela e minha cabeça. (é)

sábado, janeiro 9

noite

fazia tempo que não tinha esse sentimento
de ouvir a poesia falar por si mesma.

não quando a gente lê em silêncio, fala com os olhos.
mas quando recita alto e claro.
não somos nós.
é ela, é dela.

funde com todo o ar do ambiente e penetra na gente.
entra, bem fundo. às vezes, fundo de mais.

dói, alegra, lembra, faz chorar e rir.

estava sentado ouvindo mudo a ditadora,
quando de repente saiu tudo aquilo da tela e meu quarto ficou colorido
colorido com uma fonte bem bonita e gorda.

eu lia no ar tudo aquilo que sempre quis ler e enxergar.
agora, realmente com pleno entendimento.
cada uma das estrofes e por sua vez, os versos foram me amarrando na cama.
fiquei ali até agora pouco.
só ouvindo.

domingo, dezembro 13

capitalismo

eu queria escrever um livro
desses com a capa bem dura, azul, sofrida.
eu queria que ele já fosse lançado com aquele cheiro de velho,
páginas amarelas, coçeira no nariz, espirro.

queria que todos engulissem meus escritos e sentissem o que eu sinto.
aquela coisa estranha.
'Puta merda!! Isso aconteceu de verdade?!'
bobisse pura, mas pra mim faz sentido

na capa teria só o nome: nome do livro aqui.

depois agradecimentos a todos esses guimarães e pessoas, e andrades.
teria, também, algum artigo sobre a 2ª Guerra Mundial, e alguma espécie de carta para Eisenhohwer e Füher.

Não falaria de sertão, ou de como era Jesus Cristo e seu pai-pomba idota.

na verdade não sei do que ele falaria,
só queria um livro,
desses com a capa bem dura, azul.

a contra-capa seria vermelha

sábado, novembro 28

parece que minha criatividade acabou.
à procura de fontes disponíveis.

skromni

my babe shot me down
she came at my door
and she says
'im not your kind'

i don't like these kind of things
it make me like shit
the whole world shit
the shit of the kings

Manipulting the culture,
manipulating my wishes

They jugde themselves kings.
i don't think them like this.

To me they are nothing but their pretty faces
and humps.

I don't like the money that belongs to them.
neither the cars that belongs to them
I'am humble

preto verde

Roda, roda, roda.
o disco ficou rodando parado na vitrola.
é meu sonho realizado,
naqueles sulcos mágicos de vinil.
desejo, tesão, ruídos.
a melhor sensação músical,
que meus inescrupulosos ouvidos já sentiram.

quarta-feira, novembro 18

Não adianta comprar outro para apagar o erro

aqueles tubos,
vermelho-alaranjados,
foram mais fortes do que eu.

mais forte do que a minha vontade
vontade de controlar
minha vontade de comer.

fiz tudo sem pensar.
tentando esconder (dentro da minha barriga)
toda aquela vergonha,
cilíndrica, carnuda.

eu deveria mesmo é morrer.
morrer por causa de algum alantotóxico.

eu não me amo.
foi o que a gigantesca salsicha me disse.

sexta-feira, novembro 13

poema

queria um poder,
desses bem cheirosos.
pode ser enferrujado pelo ócio,
mas bem grande.
um poder desses de escrever.
de tocar no coração inodoro das pessoas.

desses bem cheirosos,
e gordos, cheio de gordura.
um bem negro, e azul nas bordas.

mas PODERoso do que uma foto.
do que uma foto.

é como se eu tivesse uma arma em minhas mãos.
bem PODERosa,
e cada vez que eu apertasse o gatilho cinza,
iria sair um par de palavras.

(armas.mortíferas)

ele, PODERoso, iria encher todas as linhas invisíveis do meu caderno branco de poeisas.
iria engordar aquelas finas folhas ofegantes.

Ofegam por uma, ou duas palavras.

(armas, mortíferas)

somente as primeiras notas desse poder me fariam contente
eu, PODERoso.


um bem gordo, cheio de gordura branca-cinzenta.