domingo, novembro 13

me beija, com a boca de hortelã

Sou o mudo do criado
que cabe tudo do mundo
tudo do outro lado do muro.

E isso se sucede
pois, tudo balança
esse nosso mundo mundo cão
e quando o amor entra na pauta
- quando os olhos se fecham tímidos
embassando por dentro, fingindo não ter visto
até com outro se encontrar num mesmo olhar.

segunda-feira, novembro 7

novidade

como é que pode
ter esse poder todo.
pobre amor.

passado polido;
presente querido
e futuro,
esquecido!

não exponho mais.
não ouso um verso se quer.
não ouso uma rima.
por mais miserável que seja.

agora, procuro o novo.

rio e sorrio pro velho.
- sorrio, pois não há problema! me ensinou
milhões de coisas!

agora, procuro o novo

me rio,
me gargalho.
alisando a maciez toda
que há em meus sonhos presentes.

sofá

o terreno se afofa
e afaga minha clareza.

apalpa bem e sente
as curvas e descurvas
dos pensamentos.

afofado, o coloco
aqui bem do meu lado.
terreno novo,
que define passos diferentes
e pisadas mais leves. mais norteadas.

e depois de confortável,
afago meu bem estar.

terça-feira, outubro 25

segue, siga a seta

e aí, milhares de montes?
onde que quer que eu chegue?
quer que eu navegue por mais
dezenas de natais?

por cem outros amores
e desfavores incertos?

me dê mais, pois.
ma(i)s do veneno
não se faças.
cruel.

só siga
a vida que segue seguindo
que da nota, do tom e do ritmo,
o vento se encarrega e se escorrega
pra apanhar.

sábado, outubro 22

espera! a clareza já já que vem

minh'alma nova
minha calma prova
de maneira e compromisso
marcados
e me faço disso!

maneira de me fazer tranquilo.

e não penso que essa espera
é certa.
mas minh'alma está aberta
esperando esses novos ventos
pra quem sabe ganhar outros tentos.

e mesmo não tendo a certeza,
cativo o sonho,
alinhando meus versos à distância.

sábado, outubro 15

estória estória

fica nessa estória de olhar;
de tentar flagrar algum momento importuno de meus olhos!
- deixe-os aquietados! alinhados com minha calma!

fica nessa estória e depois desvia o olhar;
esse olhar de samba querendo bailar,
esse samba de querer olhar!

tira essa vergonha da face!
ilustra a magia que tem seus olhos
e vivencia o prazer de se dizer olá!

fita os olhos seus e sambe mais um pouco!
em vez de ficar pra lá pra cá, tentando esconder o sorriso morto.

quarta-feira, outubro 12

o castelo de almas

vem alma!
vem no mar,
vem no ar.

e não me mande mais tormentas,
não me faça te olhar de longe.

eu ria à respeito.
à respeito dessa multidão
de desconhecidos, desses sentidos 
em porção única.

e agora, tenho que me acostumar com isso.
e andar sozinho,
com saudade!
diplomata de meus próprios olhares;
acessório do mundo e dos deveres.

monte seus castelos!
monte-se sobre passos e compassos.

segunda-feira, setembro 19

o tudo que é nada

ilustradamente ignorado
por si mesmo
o sorriso se juntou com o medo.

aleatoriamente
em uma tarde banal!!!

corre para a igreja
e diz que sente saudades
- o amor.

fecha os olhos
e em prece e oração
ilumina o vazio.

- vazio, não por perder
desejos,
mas sim por se sentir desejo!

por ver, clara e calmamente
o pequeno tamanho que tem seus atos.

o menino chora!
transcende, sob a luz baixa das imagens.

e sente medos monumentais.
sente medo do desfecho de seus mais novos sonhos.


[este sino pode soar absurdo,
mas não há nada em seu badalar que não seja verossímil]

sexta-feira, setembro 9

luz baixa e madeira escura

valsa de alegretos noturnos.
os gatos cavando as escalas na emoção...

arrepiando cordas e discórdias
presentes,
interferindo no singrar dos
arrepios, teleportando suspiros.

e, de repente, a mão alheia.
as pernas moles em ciranda,
caminhando nas cinco linhas,
solando em grupo
o sorriso de amar.

e, de repente, os olhos fechados.
a flor da pele explodindo cores!
volta ao interno luxo da harmonia.

(sem)gravidade

vá-te embora!
que já não cabe a tal mania!!!!

quero respiração leve solta
voar são da cabeça
sem bater fora do tom.

livre, são,
vocês!

ISSO, liberdade
a acordeada
com os os intervalos
dos tempos de notas avulsas.
avulsas e libertas.

não me prenda
por aqui, nessa hora!
ó, gravidade.