quarta-feira, fevereiro 10

rabisco

escrevo essa quase-grosa
grosa de letras
gozo versos
e verbetes
e trocadilhos
moderninhos
foda-se.
mas não vejo saída
eu sou dessa época.
fazer o que?
grudou,
na minha caneta, no meu moleskine.
essa poesia incolor
já faz parte do cotidiano,

meu eu lírico
está falando mais alto agora
e ontem
e daqui a pouco
e amanhã
e na minha morte

quero meu caixão cheio de flores
e poesia.
pode ser dessa sem sabor,
divertida de ler
iguais as minhas,
pode ser dessa
pode ser a das flores
do mar, do chão,
da terra, da pá, da madeira
do meu irmão
do pessoa, dos andrades
pode ser.
só quero que seja poesia,
de qualquer espécie.

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