terça-feira, março 23

vento que sopra e vai-vai

transcrevo esses opacos versos
doidos e curtos
que culminam na ponta do dedo
provém da ponta da caneta
e saem por ai.

traço essas linhas tortas e negras
gritando com a tinta algum beirut ou saxofone
porcos doentes
soltando seus balões pelas costas;
desenhos assim.

eles me chamam à noite
eles me chama à noite
eles chamam a noite
de sol,
dó ré mi fá sol lá sí

si fosse ao dia;
eles seriam clarinhos.
retos e geométricos
a gema das idéias
dariam às mãos as letras e sairiam,
pela calçada em frente de casa

transcrevo essas idéias fulminantes.
quiemam um mais dois, juntos.
determinantes ao lado dos outros
vento ao meu lado :
que sopra e vai.

Um comentário:

Lucão disse...

Somos todos filhos da noite
Deram-me a cartada final
Viver?
Poder?
Alucinar?
Me questiono agora mais do qualquer outro dia
A questão :
Estamos compondo?
Vestimos tantas quantas máscaras
Feias, horrendas, traídas...
Sei que acordo todos os dias
Bom dia Gervásio
Me vê um pão de queijo!
Um café, por favor.
Flavor
E no ônibus
Rostos presos aos galhos metálicos,ao chão sujo
Rostos, cérebros matutando o diabo, deus
Nossos demônios plásticos