terça-feira, agosto 24

tu és o vazio que enche meu quarto

eu vejo uma nova sentença,
uma nova crença ao meu lado.
crianças cafonas que pairam no parque,
dizendo, com sotaque de amor, à lua,
que esta deveria roubá-los.

são dois.
como um só.
colados.
e o amor estica junto de suas peles
se não estão pertos. mas não arrenbenta, não estoura.
não admite a solidão.

na minha solidão,
faco-te o escuro e o vazio.
te materializo
a partir do que não está presente,
a partir da falta de carne.
e pego tua mão,
e não solto.