terça-feira, setembro 14

poema escrito numa tarde de domingo

peço desculpas.
peço, por usar do fogo mais uma vez.
mas a poesia é inevitável.
é vital.

morro ao saber do fim da chama.
vejo o cerrar de meus cílios nitidamente,
todos ele grudados por lágrimas
e saudades.

esse é o fim,
esse é o fim, linda amiga.
lindo pássaro.

me enterro junto
às minhas palavras...
agora, serei um outro alguém,
borrado como esta tinta que borra as letras e seus sentidos,
vazio como céu sem nuvens.

serei só, e somente só, as cinzas de seu olhar.

mas, saiba,
continuo voando baixo,
por perto,
na falsa ilusão de caçar abraços.

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