terça-feira, novembro 16

só com tempo isso se desfaz

meus prazeres,
frutos de gentis demônios,
bateram à porta da rua hoje.

fiquei só.
e só fiquei assim, não houve
uma palavra se quer.

foi momento
de um estrondoso silêncio,
de um breu de fala,
e eu prefiro ficar assim.

o sol recusou a iluminar,
e só eu, só eu,
ouvia essa descoloração da mente.

e quantos ouvidos teram eles que ter
para me ouvir
e saber que sou eu,
do maneira como me conceberam,
da forma e sentido que me colocaram aqui.
não há alguém invadindo meu quarto,
e me tomando.

sonho com as belezas que nos faziam,
e espero, só, o orgulho.

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