quarta-feira, novembro 24

tristeza, sente-se comigo na mesa de bar

sem pedir licença de entrar ou ficar,
sinta-se à vontade, te deixo me apossar
em teu colo,
em teu choro
que escorre no meu rosto.
deixo teu corpo,
que é minha lágrima e minha vergonha mal sentida.

não faz diferença se pode ou não ser minha agora,
pois já me faço de você há algum tempo
e não há como te apagar tão rapidamente.

rode teus olhos de sangue em torno dos meus,
me deixe te enxergar
e te entender, me deixe.

todas noites que te acolhem aqui ao lado,
espero que se esfriem cada vez mais,
espero que te consumam inteiramente,
mas por ora, tu és minha morada.

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