terça-feira, maio 31

marco zero

repito minhas palavras, eu sei.
e sei, também, que não sou mais
cego o suficiente pra não conseguir esse respeito.

e fico de longe,
aliviando minha mágoa
em luzes disformes e letreiros de cabaré.

fico sem pé e sem delírio
mas não posso e não passo pela ponte do passado
- quero o zero,
o puro contato.

como se tivesse começado nesse instante
no qual meus dedos são canais e meu coração a fonte.

Um comentário:

tati fadel disse...

seus textos estão cada vez mais lindos. Tenho o maior orgulho, meu amor.