reparo como os olhos,
são portas.
portas da percepção,
portal para a alma.
viela para o sorriso.
quando,
os que são como os meus
- sofridos pela natureza míope-
encontram transparentes lentes,
uma árvore torna-se árvore, e não borro verde,
pessoas são pessoas,
pássaros voam nítidos,
bocas se abrem sem chiado,
bochechas se coram,
crianças correm livres,
cordas vibram,
balanços pairam sob o ar.
há quem possua portas lacradas,
seladas,
escondidas das cores,
cortadas das flores.
quinta-feira, julho 29
me guie por suas estradas tortas
me torno pão
vinho e diversão
de meus versos.
prefiro assim,
quando sou guiado,
e não sou guia.
quando cerro os olhos
e versos me escrevem
prefiro assim
à me esforçar.
a fluidez
é sã e bela.
mais bela que a força,
que nalgumas horas
tive que usar, só para
mostrar minhas lágrimas
vinho e diversão
de meus versos.
prefiro assim,
quando sou guiado,
e não sou guia.
quando cerro os olhos
e versos me escrevem
prefiro assim
à me esforçar.
a fluidez
é sã e bela.
mais bela que a força,
que nalgumas horas
tive que usar, só para
mostrar minhas lágrimas
sou folha
escreva suas lágrimas
em meu pranto,
escorra teus olhos pelo canto
e deixe de lado as fogosas lástimas.
corra de encontro ao vento,
vá de cara ao medo
que te afronta quando sente
que estou ao lado.
mergulhe em nuvens brandas
de saber,
pintadas à mão
no azul escuro que és teu céu.
escreva seus risos em meus lábios,
e deixe-me corar seu rosto,
com um só suspiro.
em meu pranto,
escorra teus olhos pelo canto
e deixe de lado as fogosas lástimas.
corra de encontro ao vento,
vá de cara ao medo
que te afronta quando sente
que estou ao lado.
mergulhe em nuvens brandas
de saber,
pintadas à mão
no azul escuro que és teu céu.
escreva seus risos em meus lábios,
e deixe-me corar seu rosto,
com um só suspiro.
quarta-feira, julho 28
meu sofá
sinto a maioria pensante,
a rua esburacada,
a desconstrução,
a timidez,
a espuma do café,
os números da bolsa,
o entendimento da hipocrisia.
sei que estão sentados aqui,
ao meu lado.
a rua esburacada,
a desconstrução,
a timidez,
a espuma do café,
os números da bolsa,
o entendimento da hipocrisia.
sei que estão sentados aqui,
ao meu lado.
filha das cinzas
sempre que a importância
me invade, me sinto como estou.
cheio, gordo, fluente, sorriso.
mas hoje é diferente.
hoje me sinto no agreste,
no sertão morto,
na terra falida.
engolido por fênix,
brotada de meus próprios sonhos.
que me arranca a pele,
e me planta suado ao seu próprio sol sertanejo.
queimando meu corpo,
meu cérebro,
meu ser,
meu eu mais belo.
ser belo, que pode lhe ser útil.
mas,
quer fogo, mais fogo.
por ter vindo dele.
quer o calor lhe invadindo as ventas.
[não digo que isso me atrapalha, que faz mal,
ou que ao menos ligo...mas,
sou sincero].
me invade, me sinto como estou.
cheio, gordo, fluente, sorriso.
mas hoje é diferente.
hoje me sinto no agreste,
no sertão morto,
na terra falida.
engolido por fênix,
brotada de meus próprios sonhos.
que me arranca a pele,
e me planta suado ao seu próprio sol sertanejo.
queimando meu corpo,
meu cérebro,
meu ser,
meu eu mais belo.
ser belo, que pode lhe ser útil.
mas,
quer fogo, mais fogo.
por ter vindo dele.
quer o calor lhe invadindo as ventas.
[não digo que isso me atrapalha, que faz mal,
ou que ao menos ligo...mas,
sou sincero].
pavão misterioso
umas imagens
me chegaram ontem.
duas delas, mais foscas que a própria vontade
de ser.
de onde vieram, não me contaram.
mas espero que seus perfumes sejam verdadeiros,
mesmo que descompassados.
uma delas é vontade,
e a outra pode, pode ser paixão.
e elas vêm do fogo e cinza.
para me borrar mais a visão.
para anestesiar minha mente e saliva.
me chegaram ontem.
duas delas, mais foscas que a própria vontade
de ser.
de onde vieram, não me contaram.
mas espero que seus perfumes sejam verdadeiros,
mesmo que descompassados.
uma delas é vontade,
e a outra pode, pode ser paixão.
e elas vêm do fogo e cinza.
para me borrar mais a visão.
para anestesiar minha mente e saliva.
terça-feira, julho 27
minha cadeira de dois lugares
onde vão?
quão longe deixam
papos e pingas e flores?
não sei onde,
mas os vejo indo.
não concluo se isto é bom,
ou ruim.
mas vejo.
desejo, talvez,
ir junto.
mas por hora, fico sentado
na companhia do cigarro
e dos óculos escuros.
do pó e da ave.
quão longe deixam
papos e pingas e flores?
não sei onde,
mas os vejo indo.
não concluo se isto é bom,
ou ruim.
mas vejo.
desejo, talvez,
ir junto.
mas por hora, fico sentado
na companhia do cigarro
e dos óculos escuros.
do pó e da ave.
quarta-feira, julho 21
terça-feira, julho 20
me dê novamente meus sentidos
saliente medo,
que afronta meus lençóis,
vá-te pra fora,
pro frio e lua.
deixe-me apaziguar meu tempo,
serenar minha sobriedade.
peço-te que vá.
corra no mar,
que mora em ti,
nos teus olhos fundos e altos.
que vagam pelas minhas costas e vida.
peço-te que vá.
vá para sertões mais distantes,
mais remotos de pensamentos e sorrisos.
peço-te que vá.
peça de um jogo
perdido por mim,
és tu.
és tu, medo oblíquo.
remete à tudo e todos à minha volta.
peço-te que vá.
peço-te que me deixe livre,
leve,
peço espaço para ver,
cor para sorrir,
e sabor para sentir,
peço-te, humilde, meu ser.
que afronta meus lençóis,
vá-te pra fora,
pro frio e lua.
deixe-me apaziguar meu tempo,
serenar minha sobriedade.
peço-te que vá.
corra no mar,
que mora em ti,
nos teus olhos fundos e altos.
que vagam pelas minhas costas e vida.
peço-te que vá.
vá para sertões mais distantes,
mais remotos de pensamentos e sorrisos.
peço-te que vá.
peça de um jogo
perdido por mim,
és tu.
és tu, medo oblíquo.
remete à tudo e todos à minha volta.
peço-te que vá.
peço-te que me deixe livre,
leve,
peço espaço para ver,
cor para sorrir,
e sabor para sentir,
peço-te, humilde, meu ser.
logo pela manhã meus olhos cinzas
por que tão cedo?
por que descolo meus vãos,
logo pelo primeiro fio de sol?
formam-se vielas em meus olhos,
todas cheias de solidez mental e vigor de criança.
nos vãos,
o ar sopra duro e reto,
nem uma curva de devaneio e digressão se forma
por entre os mil amores.
são três dias corridos do mês,
e já jogam concreto em olhos meus,
para que essas ruelas se formem,
tão cedo, tão cedo.
por que descolo meus vãos,
logo pelo primeiro fio de sol?
formam-se vielas em meus olhos,
todas cheias de solidez mental e vigor de criança.
nos vãos,
o ar sopra duro e reto,
nem uma curva de devaneio e digressão se forma
por entre os mil amores.
são três dias corridos do mês,
e já jogam concreto em olhos meus,
para que essas ruelas se formem,
tão cedo, tão cedo.
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