sexta-feira, abril 22

preferência

ninguém escapa do medo
de ser assim.
- de estar em par com a tristeza.

e como susto
ela veio me visitar, também.

eu não prefiro assim.

quarta-feira, abril 20

tristonha saudade aceita

o breu de hoje
me disse, no banho
que falta um pedaço.

percebi, e repercebi
- é a mais pura verdade;
é a mais atual verdade.
é a verdade que eu aceito

mas não me mato afogado
em minhas próprias lágrimas
e não me deixo cair
nos braços da saudade,
- prefiro andar de mãos dadas.

segunda-feira, abril 18

credo

acredito no riso,
na maneira como sorriso
consegue definir momentos de sutileza.

no poder intuitivo que ele carrega
amarrado nos seus pés.

acredito nisso,
que o sorriso pode fazer outro sorrir,
mesmo que outrora.

a chuva te trouxe

hoje ouvi lentamente os suspiros da chuva
batendo em minha janela, trazendo a saudade.

como nunca antes, pois não há o contato,
mas a falta que sinto não nunca falta
e nunca esquece de me fazer lembrar.

e assim, lembro dessa delicadeza.
de sorriso bom e confortável, sincero.

e num encontro ou outro
a gente se faz.

a chuva te trouxe

hoje ouvi lentamente os suspiros da chuva
batendo em minha janela, trazendo a saudade.

como nunca antes, pois não há o contato,
mas a falta que sinto não nunca falta
e nunca esquece de me fazer lembrar.

e assim, lembro dessa delicadeza.
de sorriso bom e confortável, sincero.

e num encontro ou outro
a gente se faz.

quinta-feira, abril 14

presente

há um sorriso e algumas palavras guardados há tempos
no canto interior de minha boca, implorando a saída.
e hoje os dou a você.

como que sendo presente.
como que sendo seu.

e hoje, em sonho, vi um palco e uma flor vestida
e de pano azul nas negras madeixas.

fique com o sorriso
e não desca do palco
- estou a ver você lá do fundo.

segunda-feira, abril 11

o cansaço de andar cabisbaixo

me esqueço de ficar acordado
vagando por entre esses fracos dias.

e ando doente,
atado à dor
que fecha meus olhos e me impede de olhar e ver

que me sacode os nervos
e faz folia em minha vida...
aproveita de meus passos
para se levar e se deixar ir.

me esqueço de acordar
quando passo por entre esses dias claros.

e eu não sei o real,
não sei quando fui
ou onde fui.

e onde vou, por entre esses soturnos dias,
me faz mais meu.

abro a porta docemente

abro a porta
ando à porta
e na porta que vejo
vejo o que estava procurando.

e através da porta alcanço.
alcanço a porta afim de conseguir o agora
e os sentimentos estão justamente onde deveriam estar.

ando à cama.

esteja onde está,
e não mova por nada,
que vou dormir
sob o seu olhar.

sob teu esconderijo
sob teu nariz de espuma.

e dormirei, calmo.
e nada virá para meu caminho.

dando meus punhos

o tempo volta onde ele não pertence
e sua invalidez se torna real.

tudo se volta para o que realmente é real
quando as cores iluminam três ou quatro infantes.

a cor é real,
a som é real.

e onde há uma linha que eu não fico logo atrás.

amargo.

o desapego me veio hoje
tentou e tentou falar, mas nada saiu.

e me sorriu o sarcasmo.

o peguei, embalei
e dei de presente pra minha solidão.
pobre solidão.
pobre sólida amargura singular.