terça-feira, agosto 23

flor fechada

me fiz transparente,
idolatrei o amor
até o ponto que este pediu silêncio.

até quando ele se fez ao contrário.
contradizendo os valores que pregava,
pedindo aquietação da poesia,
pedindo calma nos elogios.

me fiz todo.
me fiz.
fiz meu ser totalmente doado,
diponivel para amar.

mas o mar não molhou
o coração duro e roxo.
pois este se armadurou
de orgulho
e não deu a liberdade para o verso.

a tulipa roxa,
sozinha no meio do jardim,
se fez fechada.

e sou assim até agora,
mas não há mais adubo,
quandoa  flor não quer se abrir
e ver o que realmente há na sua frente.

segunda-feira, agosto 22

quando, sem pudor algum,
consigo te aceitar, e te tornar parte do normal
a sua dor se plorifera
por todos meus canais de sentimento
por todos meus olhos
e versos!

e dói muito,
e dói mais.

nem adianta olhar pra lua,
pois ela já está selada
com um sentimento por ela.

consigo, quando essa paz reina,
antes de você
- saudade triste -
definir as cores,
e não me embolar
em lágrimas e dores à toa!
a brisa é leve e contínua,
toda carinhosa!

mas é só você chegar,
colocando o brilho da lágrima
em meu rosto e meu pensar.

e dói.
dó ardido
quando
as cores se misturam
com a nostalgia!
quando lembro
que não posso ter
o palco todo,
que não posso ver de perto!

ouça bem o que te digo,
ó saudade!
peço movimento preciso,
e não abro mão
de um brilho definido,
de um brilho de beneficios!

segunda-feira, agosto 15

devaneios no dia de saturno

o andar longo
seguido por olhos trepidantes
deixa o observador, amarrado,
mais singelo e sutil.

com a timidez de uma criança
e a vontade de um faminto
meus olhos não aguentam
e chegam mais perto.

mais perto,
cada vez mais,
até quando,
estranhamente se tornam um!
se tornam um, simplismente
pela ilusão de estar tão perto
que eles se fundem! e logo depois,
se fecham,
molhados por duas bocas
e um abraço.


sexta-feira, agosto 12

andar só

um belo motivo
para se sorrir
aparece nas horas mais
convinientes para esse.

afagado
por inumeros sentimentos
incluindo inté saudade.

afagado
pelo silêncio
de se andar sozinho pela rua.

sereno
por simplismente
sugir quando
se tenta pensar em nada.

afundado
num amor.

tentando afogar
nessa água
a flor distante
e a brisa leva.

sexta-feira, agosto 5

sem nome

estranha sensação
de saudade antecipada.

mesmo tendo mais
uma noite iluminada
pela lua.

mais um sorriso
dela.

quinta-feira, agosto 4

hey, silêncio!

me aquieto.
silencio
minhas poucas palavras
calmas.

e fecho os olhos,
imaginando.
imaginando meu grito.
meu espernear quieto
de amor.

quarta-feira, agosto 3

falta de saliva

na minha boca
eu sinto a falta
eu sinto a navalha
cortando a vontade.

sinto a lâmina
da saudade
capando a saliva.

onda

ponteia
o sabor colorido
somente com o começo do olhar.

e como se fosse um degradê suave
esse sabor colorido
alivia toda a
tensão

leveza

leve
como a leve
pluma leva
a doçura
ao corpo.

como
a própria leveza.

terça-feira, agosto 2

disco favorito

escute o que calei um dia,
recordando as portas abertas
e os olhares sanados pelo amor.

escute-me,
e deixe-me chorar
como nunca consegui.

e deixe na vitrola
nosso disco favorito,
que o vento que sai dele
é confortável.