terça-feira, agosto 3

sou outono

vou deixar
o sonho navegar por onde for.

plantar e colher seus condimentos,
crescer às suas próprias custas.

rir sozinho do seu próprio veneno.
rir sozinho de sua própria lua.

vou deixar,
o sonho.

vou acordar,
no outono,
floriando o vento e meus membros,
em meu eu,
em meus olhos.

e, vou, depois do cair das flores,
dormir novamente,
e ganhar minhas sementes.

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