queria um poder,
desses bem cheirosos.
pode ser enferrujado pelo ócio,
mas bem grande.
um poder desses de escrever.
de tocar no coração inodoro das pessoas.
desses bem cheirosos,
e gordos, cheio de gordura.
um bem negro, e azul nas bordas.
mas PODERoso do que uma foto.
do que uma foto.
é como se eu tivesse uma arma em minhas mãos.
bem PODERosa,
e cada vez que eu apertasse o gatilho cinza,
iria sair um par de palavras.
(armas.mortíferas)
ele, PODERoso, iria encher todas as linhas invisíveis do meu caderno branco de poeisas.
iria engordar aquelas finas folhas ofegantes.
Ofegam por uma, ou duas palavras.
(armas, mortíferas)
somente as primeiras notas desse poder me fariam contente
eu, PODERoso.
um bem gordo, cheio de gordura branca-cinzenta.
sexta-feira, novembro 13
sexta-feira, outubro 23
por inteiro
eu te bebi por inteiro
pra saber se realmente era você,
você, ó letra das letras, verso dos versos.
eu te comi por inteiro
pra saber se causava o mesmo efeito,
efeito das leituras, de horas.
eu te olhei por inteiro
pra saber se tinha a mesma estética,
estética, ó beleza do belo, esticada pela folha branca
eu te colhi por inteiro
pra saber se saiam de você as mesmas idéias,
mesmas idéias que invejei durante vários outonos.
eu te amei por inteiro
pra saber se você ia me dar atenção,
atenção que eu ia precisar pra ser igual eles.
atenção que chegou, e está aqui,
presente nestes verdadeiros versos.
Tra(duz)indo
é o som e é o sentido
amargos ao pé do ouvido
vindos de uma sutil traição,
da perda da essência.
Rimbaudeando alguns sentimentos,
sentindo, bêbado, um barco se aproximando
Je ne me sentis plus guidé par les haleurs
perdi todo meu rumo.
meu rumo jovial e nostágilco se foi,
foi pr alonge da minha alma sóbria,
indo para meu corpo bêbado, se afogar.
corria! Para as marés.
Me lavava com o sal vermelho
que correu junto d'água que levou minha sobriedade.
eu trai meus livros e autores
mas traduzi, ao meu ver,
seus sentimentos.
amargos ao pé do ouvido
vindos de uma sutil traição,
da perda da essência.
Rimbaudeando alguns sentimentos,
sentindo, bêbado, um barco se aproximando
Je ne me sentis plus guidé par les haleurs
perdi todo meu rumo.
meu rumo jovial e nostágilco se foi,
foi pr alonge da minha alma sóbria,
indo para meu corpo bêbado, se afogar.
corria! Para as marés.
Me lavava com o sal vermelho
que correu junto d'água que levou minha sobriedade.
eu trai meus livros e autores
mas traduzi, ao meu ver,
seus sentimentos.
sexta-feira, outubro 16
Eles
correram vários deles
correram até meu quarto
correram e me surpreenderam
correram eles 16/10/2009
me deram vários deles
me deram o eu queria
me deram de maneira estranha
me deram me deram
brigaram eles comigo
brigaram eles no meu quarto
brigaram a força maior
brigaram se razão
dormiram eles com remorso
dormiram eles me esperando
dormiram eles me xingando
dormi pensando neles.
terça-feira, outubro 13
Dorme
Levanta a mão
Pede por ajuda
e sai dessa,
merda.
Dessa merda
que todos nós vivemos
ontem, hoje,
de manhã, de tarde e à noite
sai logo,
enquanto há tempo.
Tenta dormir
e varar dias nos teus sonhos: vivendo.
Vivendo na utopia de ser feliz.
Pede por ajuda
e sai dessa,
merda.
Dessa merda
que todos nós vivemos
ontem, hoje,
de manhã, de tarde e à noite
sai logo,
enquanto há tempo.
Tenta dormir
e varar dias nos teus sonhos: vivendo.
Vivendo na utopia de ser feliz.
Domingo
Há sempre esse monstro
subalterno a nossa situação
Vive das nossas sutis desgraças
e vive no fundo, bem no fundo do coração
Mesmo depois de horas de paz
é impressionante como ele põe a cabeça pra fora
e mostra toda sua força
o que você quer que eu faça? se ouve.
Hein?? Vai explicando!
Dói saber que as pessoas se divergem.
Mas aceitamos,
aprendemos,
e amamos,
cada vez mais.
subalterno a nossa situação
Vive das nossas sutis desgraças
e vive no fundo, bem no fundo do coração
Mesmo depois de horas de paz
é impressionante como ele põe a cabeça pra fora
e mostra toda sua força
o que você quer que eu faça? se ouve.
Hein?? Vai explicando!
Dói saber que as pessoas se divergem.
Mas aceitamos,
aprendemos,
e amamos,
cada vez mais.
Maneco
Eram quase dez da noite e o Maneco estava indo embora da casa da sua namorada, como sempre.
Os próximos sete minutos seriam normais e corriqueiros, banais, mas foram diferentes.
Chegando na praça do asilo, cumprimentou os velhos do Bar do Ponto e continuou andando e olhando lá dentro, fitando os copos e porções de torresmo no balcão e nas mesas.
Cachorros, bicicletas e postes iam passando por ele. Até chegar no escadão que desce para o Tijuco.
- Seu bosta, volta aqui.- foi o que ele ouviu, e foi o que apagou os cachorros, as bicicletas e postes do caminho.- É, você mesmo, playboy.
Arriscou correr, mas não ia adiantar. Dois vinham de frente.
- Aê, vacilão.
- Calma velho...
- Calma nada, mermão.
- O que vocês querem, eu dô, eu dô.
Eles não queriam nada de mais, estavam curtindo a noite, da maneira deles.
- Dá a carteira.
- Tudo?
- Vai, vacilão.
Maneco deu a carteira, que estava vazia, limpa, sem nenhum puto.
- Zuou, né?
- Eu não tenho nada, deixa eu ir embora.
Ele não foi embora sem dar nada a eles.
Não tinha dinheiro, então deu o que tinha pra dar.
Os velhos do bar, os cachorros e as bicicletas estavam muito ocupados para ouvir os gritos, o desespero, e a dor de Maneco.
Depois que terminaram o que tinham que fazer, deixaram ele ir.
- Vai cuzão, vai. Sem caguetá ein? Se não vai ter de novo. Se liga!Vai!
- Porra véio - falou um outro, enquanto o Maneco já tinha saído mancando - queima ele.
- Aqui?
- É, vai logo, porra.
Foram três tiros. Um nas costas, de longe, e dois na cabeça, à queima roupa. Pra ter certeza da morte.
Passaram diversos sete minutos até o amanhecer, até o acharem ali.
sábado, outubro 10
Fogo Colorido
o cigarro cantou na minha boca,
cantou o que ele queria
queimou todos meus planos
queimou tudo que queria
cantava sobre os livros,
e sobre os rocks, cantava.
meu isqueiro não tinha mais um cheiro de fogo.
foi esquecido como meus planos.
e como estes foi trocado por outro.
só o desgraçado do cigarro continuava o mesmo.
queimando e bebendo minha vida.
ele me colocava em sua boca e ateava fogo.
mas não um foguinho qualquer,
um fogo enorme
com todas as cores que tinha direito.
as cores da minha vida,
que iam virando nuvens de fumaça,
pouco a pouco.
sexta-feira, outubro 9
1, 2,
1, 2, 3, 4.
Crocodilavam sem parar.
nenhuma alma deixava de lado.
sei lá se era bom ou ruim.
era de momento.
todo mundo estava afim
era mais que tormento.
Pararam de rimar
pra ficar mais divertido
mas ainda tinha ritmo
e vontade,
e coragem,
e amor.
Foram chamados de loucos,
mas, como não eram poucos
rebelaram.
anarquizaram.
Corriam escuros e rasgados pelos bares escuros.
tiveram prés, eles e pós.
hoje são esquecidos.
1, 2, 3, 4.
Crocodilavam sem parar.
nenhuma alma deixava de lado.
sei lá se era bom ou ruim.
era de momento.
todo mundo estava afim
era mais que tormento.
Pararam de rimar
pra ficar mais divertido
mas ainda tinha ritmo
e vontade,
e coragem,
e amor.
Foram chamados de loucos,
mas, como não eram poucos
rebelaram.
anarquizaram.
Corriam escuros e rasgados pelos bares escuros.
tiveram prés, eles e pós.
hoje são esquecidos.
quinta-feira, outubro 8
50's
Uivaram o dia
Nasceram na folia
Falavam em progresso
Viraram sucesso
Morreram na agonia
Não tinham medo
Viviam em recesso
Colhiam do azedo
cultuavam o sexo
Comiam drogas
Comiam-se todas as horas
Pegavam a estrada
subiam as escadas
escadas da morfina
e heroína.
Nasceram na folia
Falavam em progresso
Viraram sucesso
Morreram na agonia
Não tinham medo
Viviam em recesso
Colhiam do azedo
cultuavam o sexo
Comiam drogas
Comiam-se todas as horas
Pegavam a estrada
subiam as escadas
escadas da morfina
e heroína.
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