me virei quando vi som entrando pelo quarto
junto de um característico cheiro seu de dias atrás.
junto de um caminhar ímpar,
dum sorriso novo,
de vergonhas
e medos.
estava com frio.
colhi sua cabeça entre meus braços
e te afaguei até o sono vir junto.
segunda-feira, agosto 16
vejo meu corpo voando longe
hoje acordei com meu balde intelectual meio desvairado,
solentemente desviado para alguns lados de solidão preto e branca.
um canto, como foto, cheia de momentos imprimidos numa destilada árvore.
vi meus pés me guiarem por entre cores desconhecidas,
e por entre arrependimentos que meus ouvidos jamais escutaram.
me puxavam forte como vento de chuva,
como maré quando meus deuses se rebelam.
senti meus ventos irem de encontro com os da maré,
e estes, mais fortes, me empurraram para outro desvio.
porém, no mesmo curso,
continuei singrando,
e estou acolá até agora.
só ficou meu cheiro.
solentemente desviado para alguns lados de solidão preto e branca.
um canto, como foto, cheia de momentos imprimidos numa destilada árvore.
vi meus pés me guiarem por entre cores desconhecidas,
e por entre arrependimentos que meus ouvidos jamais escutaram.
me puxavam forte como vento de chuva,
como maré quando meus deuses se rebelam.
senti meus ventos irem de encontro com os da maré,
e estes, mais fortes, me empurraram para outro desvio.
porém, no mesmo curso,
continuei singrando,
e estou acolá até agora.
só ficou meu cheiro.
floral haikai número dois
aqui em casa,
no meu sóbrio jardim,
há flores que falam. pensam e refletem.
no meu sóbrio jardim,
há flores que falam. pensam e refletem.
insólito poema
não quero o rancor
lhe vazando pelas palavras;
lhe corroendo as mil peles
e infinitas cores que tens.
disse para voar, sim.
mas pedi pelo bem,
pedi para que o futuro que corria à nós
não nos cortasse penas e amores.
disse, sim, rude.
mas não quero o orgulho te atordoando as ventas.
não sou covarde,
sou pequena ave,
lecionada por uma outra maior,
de penacho colorido e esfumaçado.
quero que fiquem os voos longos,
as caçadas pela liberdade.
lhe vazando pelas palavras;
lhe corroendo as mil peles
e infinitas cores que tens.
disse para voar, sim.
mas pedi pelo bem,
pedi para que o futuro que corria à nós
não nos cortasse penas e amores.
disse, sim, rude.
mas não quero o orgulho te atordoando as ventas.
não sou covarde,
sou pequena ave,
lecionada por uma outra maior,
de penacho colorido e esfumaçado.
quero que fiquem os voos longos,
as caçadas pela liberdade.
quarta-feira, agosto 11
tu és filha do solo falido
joga-te junto de tua mente absorta
ao lixo.
seja areia como teus sonhos de apêndices!
há algumas horas no dia
nas quais é belo o fato feneçer beirando a embriaguês.
há algumas horas no dia
nas quais o belo se curva frente ao feio
- e não digas que minto,
se não estaria afundada em tua própria hipocrisia banal,
pois, filha deste aterro, tu já és há tempos.
és a carne própria do mátire que és o chão.
testemunha dessa breve imundice que tenho,
mas que reina sobre vossa tez.
ao lixo.
seja areia como teus sonhos de apêndices!
há algumas horas no dia
nas quais é belo o fato feneçer beirando a embriaguês.
há algumas horas no dia
nas quais o belo se curva frente ao feio
- e não digas que minto,
se não estaria afundada em tua própria hipocrisia banal,
pois, filha deste aterro, tu já és há tempos.
és a carne própria do mátire que és o chão.
testemunha dessa breve imundice que tenho,
mas que reina sobre vossa tez.
palavras repetidamente já ditas
são teus nomes,
que aqui dedico.
são por eles que afinco
minhas soberbas mentes no pairar do vendaval.
e no ar,
permaneço atento.
permanece teus ventos
e tuas majestosas ventas.
permaneço atento,
pois, dos que me vem,
seu cheiro é mal que não me atenta o lado ruim.
que aqui dedico.
são por eles que afinco
minhas soberbas mentes no pairar do vendaval.
e no ar,
permaneço atento.
permanece teus ventos
e tuas majestosas ventas.
permaneço atento,
pois, dos que me vem,
seu cheiro é mal que não me atenta o lado ruim.
terça-feira, agosto 10
és amor, uma flor
nós flores, vos somos peso, ó, dado à vida única,
causamos aos teus periféricos uma inibida felicidade,
que escondem por pura fragilidade.
se desabrochamos no lugar correto,
somos dignas de transparecer o mais leve dos amores,
dentre todos que são desejados.
somo teus,
se quiserem
somos vocês mesmos,
se amarem à nós.
[somos versos
de mãos dadas com a paixão].
causamos aos teus periféricos uma inibida felicidade,
que escondem por pura fragilidade.
se desabrochamos no lugar correto,
somos dignas de transparecer o mais leve dos amores,
dentre todos que são desejados.
somo teus,
se quiserem
somos vocês mesmos,
se amarem à nós.
[somos versos
de mãos dadas com a paixão].
amor de caminhão
há uma sombra aqui.
uma sombra, o amor.
cafona e risonho.
digo sombra, pois é privado à nós,
solamente nosso.
és da señora do inferno
e do filho da madre poesia.
nos pega em breu vermelho
e fotografa-nos o beijo.
és cafona e capota todos os versos ditos.
uma sombra, o amor.
cafona e risonho.
digo sombra, pois é privado à nós,
solamente nosso.
és da señora do inferno
e do filho da madre poesia.
nos pega em breu vermelho
e fotografa-nos o beijo.
és cafona e capota todos os versos ditos.
um sonho
coloquei meu olhos nos devidos lugares e, de fato,
sequei a àgua me escorria à face.
sonhos, nos quais calhavam o azul sentimento,
me sorriram a cara:
andei
sedento
por luz
e leveza,
e encontrei o que estremecia minhas vontades.
o achei
num bom sorriso, de leveza ímpar
e sábia paixão.
sequei a àgua me escorria à face.
sonhos, nos quais calhavam o azul sentimento,
me sorriram a cara:
andei
sedento
por luz
e leveza,
e encontrei o que estremecia minhas vontades.
o achei
num bom sorriso, de leveza ímpar
e sábia paixão.
um pacote lunar
aceite a lua,
que de coração te dou.
aceite-a como aceitou à mim.
a tenha como quando sente frio
e me pede como lenha;
a tenha como quando sente calor
e me pede como frescor.
aceite-a de olhos cheios.
como me cabe quando sinto em mim
teu mel prazer.
aceite-a pois.
o luar me traz um pouco de orgulho,
e por hoje, é seu.
[quando a lua morrer,
espere que é porque o sol está vindo
te alumiar também,
iluminar teus amores] .
que de coração te dou.
aceite-a como aceitou à mim.
a tenha como quando sente frio
e me pede como lenha;
a tenha como quando sente calor
e me pede como frescor.
aceite-a de olhos cheios.
como me cabe quando sinto em mim
teu mel prazer.
aceite-a pois.
o luar me traz um pouco de orgulho,
e por hoje, é seu.
[quando a lua morrer,
espere que é porque o sol está vindo
te alumiar também,
iluminar teus amores] .
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