terça-feira, maio 11

eu acredito em dedos

abri minha bolsa
e tirei de suas entranhas o suor amargo
a bolsa, sujamente mordeu minha mão e deixo nos seus anais
meu azedos dedos.
''VAMOS, RASTEJEM ATÉ A BORDA
ESCALEM SUAVEMENTE O NEGRO DA DOR''
alguns caem e me doem.

por não poder mais segurá-la,
a bolsa gorda e suada roda pela terra
e aos poucos me dói mais, no interno.
derruba meus ícones:
faz um laço com sua alça alucida.
os pontos da costura vão se soltando pelo caminho
e vão dando suas mãozinhas para meus dedos.
custando para me achar.

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